Exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os EUA cresceram 110,2% em volume e 125,1% em receita no primeiro quadrimestre de 2025 frente o de 2024.
Anderson Viegas

Mato Grosso do Sul exportou para os Estados Unidos no acumulado de janeiro a abril de 2025, 23,8 mil toneladas de carne bovina, obtendo uma receita de US$ 116,1 milhões, o que representa um incremento de 110,2% no peso e de 125,1% no faturamento, em relação mesmo período de 2024, quando embarcou 11,3 mil toneladas conseguindo um ganho de US$ 51,5 milhões. Os dados são do ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O disparo nas exportações de carne bovina do estado e do país para os EUA ocorre mesmo com o presidente Donald Trump tendo implementado um tarifaço para a proteína nacional. Tradicionalmente, o Brasil tinha uma cota anual de 65 mil toneladas com isenção tarifária (taxa zero), na importação de carne bovina brasileira, mas a partir deste ano, dentro dessa mesma cota passou a incidir uma tarifa de 10%. Fora da cota, a tarifa que era de 26,4% subiu também 10%, passando para 36,4%.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, explica que mesmo com o tarifaço, a competitividade da carne brasileira e sul-mato-grossense acabou não sendo prejudicada, por conta de uma conjuntura do mercado norte-americano.
“Os Estados Unidos estão com o menor rebanho bovino da sua história e, como consequência, o país que era um dos maiores exportadores mundiais passou a ser um grande importador, por falta de mercadoria. O Brasil, tem ocupado esse espaço, porque nossa carne, mesmo com as tarifas continuou mais barata que a americana”.
Guilherme aponta que diante desse quadro a perspectiva é positiva para a pecuária do estado no decorrer do ano. “O primeiro quadrimestre do ano nos aponta que é possível bater em 2025 o recorde de 2024, do maior número de abates da história. E a exportação acompanha esse ritmo”, conclui.