Painel revela desigualdades étnico-raciais na educação em Mato Grosso do Sul.
Da Redação

Mato Grosso do Sul tem uma das maiores taxas de alfabetização do país, com 95,1% da população acima de 15 anos alfabetizada. No entanto, entre as mulheres indígenas, esse percentual cai para 88,09%, revelando disparidades significativas quando os dados são analisados por cor, raça e gênero.
As informações fazem parte do Painel Panorama Racial de Mato Grosso do Sul, lançado nesta quarta-feira (2) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio do Observatório da Cidadania (OCMS), em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania (SEC/MS) e apoio da Fundect. A plataforma apresenta dados oficiais com recortes étnico-raciais sobre alfabetização, escolaridade, trabalho, renda e outros indicadores sociais.
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O levantamento mostra ainda que os grupos com maior número de pessoas não alfabetizadas no estado são os de cor parda (50,97%) e branca (30,29%). Apenas cinco municípios apresentam taxas de alfabetização abaixo de 90%: Paranhos, Japorã, Sete Quedas, Tacuru e Coronel Sapucaia.
“O Painel foi desenvolvido como uma ferramenta prática e acessível para que a população, gestores e pesquisadores possam visualizar a realidade étnico-demográfica do estado. Esperamos que os dados subsidiem políticas públicas mais equitativas”, explica o coordenador do OCMS, professor Samuel Oliveira.
Escolaridade desigual
De acordo com o Censo 2022, 1,33 milhão de pessoas com 18 anos ou mais possuem algum nível de escolarização completa em MS. Outras 692 mil não concluíram o ensino fundamental ou não possuem instrução formal. Entre essas, a maioria se declara parda (51%), seguida por branca (35%).
A média de anos de estudo no estado é de 8,5 anos. No recorte por faixa etária e raça/cor, pessoas autodeclaradas amarelas entre 30 e 34 anos têm a maior média de escolaridade (14 anos), enquanto pretos e pardos estudaram, em média, 11 anos.
População e envelhecimento
Com 2,75 milhões de habitantes, Mato Grosso do Sul tem uma população majoritariamente parda (47%) e branca (42,4%). Os grupos amarelo e preto apresentam os maiores índices de envelhecimento populacional — 223 e 116,5, respectivamente — indicando maior proporção de idosos.
A plataforma é pública, interativa e permite consultas por município, com filtros por cor/raça (amarela, branca, indígena, parda e preta) e gênero.