08/07/2025 07:01

MS obtém certificado internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação

A entrega foi realizada durante a 92ª Sessão Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris.

Da Redação com informações do governo do estado e Famasul

Entrega do certificado de área livre de aftosa sem vacinação (Foto: Divulgação/Governo do Estado).

Mato Grosso do Sul recebeu nesta quinta-feira (29), em Paris, o certificado de área livre de febre aftosa sem vacinação concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A entrega foi realizada durante a 92ª Sessão Geral da entidade, com participação de representantes do governo estadual, do setor produtivo e de parlamentares.

A comitiva do estado foi liderada pelo secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, e contou com o secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável, Rogério Beretta, o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal), Daniel Ingold, e equipe técnica. Também estiveram presentes a senadora Tereza Cristina (PP-MS), o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, e o deputado estadual Paulo Corrêa, representando a Assembleia Legislativa.

Para o governador Eduardo Riedel, que comentou a conquista do estado, o novo status é resultado de uma série de medidas e investimentos em sanidade animal. “É um passo importante para o Estado e histórico. Isso é altamente significativo, há toda uma trajetória para conquistar esse status. São mais de R$ 250 milhões investidos na Iagro em pessoal, equipamentos e em inteligência. Hoje a Iagro é uma das agências mais modernas do Brasil. Quem conhece a Sala de Situação sabe nossa capacidade de rastreabilidade, todo o acompanhamento do trânsito animal, a seriedade com que esse trabalho é desenvolvido”, afirmou.

 “A partir de agora os produtores de Mato Grosso do Sul têm mercados abertos, mercados nobres, e nós vamos buscar esses mercados para ampliar nossa exportação. Isso gera mais emprego, agrega valor para nossos produtos, atrai novos investimentos. Por isso é um dia feliz hoje, histórico. Foram 20 anos para chegar nele”, completou.

O secretário Jaime Verruck lembrou o histórico de enfrentamento da doença no estado. “Em 2005 tivemos a reintrodução do vírus da febre aftosa no Estado. Desde então, estruturamos nossas equipes, reforçamos as unidades de fiscalização, investimos na educação sanitária do produtor e mantivemos campanhas sistemáticas de vacinação. Nos últimos dois anos, suspendemos a vacinação e seguimos todos os protocolos internacionais. Agora, com o reconhecimento oficial da OMSA, abrimos uma nova etapa para o Estado, tanto do ponto de vista da sanidade animal quanto da ampliação de mercados.”

O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, destacou a atuação técnica e coordenada da agência no processo de certificação.“A Iagro teve papel fundamental em todas as etapas do processo: vigilância epidemiológica, controle de doenças, certificação sanitária, fiscalização, educação sanitária e ações de fronteira. Coletamos mais de 8 mil amostras de bovinos e ampliamos nossa equipe com mais de 50 novos fiscais agropecuários concursados. Essa conquista coroa o trabalho técnico e integrado feito nos últimos anos

Já o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, reforçou os efeitos do novo status na inserção internacional da pecuária estadual. “O fim da vacinação e o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa colocam Mato Grosso do Sul em um novo patamar sanitário e comercial. É um selo de qualidade que chancela todo o esforço feito pelo produtor rural, pela assistência técnica, pelas entidades de classe e pelo poder público. Estamos muito orgulhosos de fazer parte dessa história desde o início.”

A senadora Tereza Cristina também comentou a certificação.“Hoje é um dia histórico, de emoção e muita gratidão a todos que participaram desse momento para que tivéssemos o certificado na mão

Com o reconhecimento, o estado espera ampliar suas oportunidades de negociação com mercados mais exigentes, o que pode beneficiar também as cadeias produtivas de suínos, aves, ovinos e caprinos. A certificação deve contribuir para a valorização dos rebanhos e para a consolidação da imagem do estado como fornecedor com controle sanitário reconhecido

Além de Mato Grosso do Sul, outros 20 estados brasileiros e o Distrito Federal também receberam o mesmo status durante a cerimônia. Até então, apenas Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso tinham essa certificação

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, classificou o reconhecimento como um avanço importante para o país

“O anúncio feito hoje, de Brasil livre de aftosa sem vacinação, é um reconhecimento desse esforço, uma grande conquista. Mais do que nunca, o Brasil pode vender carne, um produto de altíssima qualidade, para qualquer país do mundo”.

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