08/07/2025 17:14

Meio do ano: Recalcule a rota financeira e descomplique sua relação com o dinheiro

Mais de 70 milhões de brasileiros tem contas em atraso – cerca de 42% dos adultos do país.

Da Redação

Segundo semestre se apresenta como uma excelente oportunidade para reajustes e um novo começo, de forma leve e descomplicada (Foto: Freepik).

O calendário avançou, e com ele, a metade do ano já se foi. Para muitos, esse marco pode gerar a sensação de que os planos financeiros traçados em janeiro ficaram para trás. No entanto, o segundo semestre se apresenta como uma excelente oportunidade para reajustes e um novo começo, de forma leve e descomplicada.

Mila Gaudencio, educadora financeira e consultora do Will Bank, reforça que este é o momento ideal para fazer um balanço e traçar um novo caminho para as finanças. A situação de mais de 70 milhões de brasileiros com contas em atraso – cerca de 42% dos adultos do país, conforme dados da CNDL – acende um alerta, mas também ressalta a importância de abordar o tema sem culpas. “O bicho pode pegar, os imprevistos chegam sem avisar e, quando a gente vê, a dívida aparece. Mas, o mais importante é entender que você não é o vilão dessa história e pode sim dar o próximo passo rumo à solução”, comenta Mila.

Os primeiros passos para a virada

Para iniciar essa jornada de recalcular a rota, a autoanálise é fundamental. Fazer um raio-X sincero da sua situação financeira atual e compará-la com o cenário de seis meses atrás permite compreender as mudanças e ajustar os objetivos de forma mais realista. Após essa análise, a recomendação é definir prioridades, focando em resolver uma pendência ou liquidar uma dívida por vez. Esse método alivia a pressão e minimiza frustrações.

Anote para enxergar o progresso

A sensação de que um futuro financeiro próspero é distante atinge 46% dos brasileiros, segundo o estudo Dismorfia Financeira do Will Bank. Para combater esse desânimo, anotar cada avanço na organização das finanças se revela uma poderosa ferramenta. Ver o progresso, por menor que seja, atua como um estímulo constante.

Uma técnica prática para organizar os gastos é o método ABCD – Alimentação, Básico, Conforto e Desnecessário. “Se você percebe que os percentuais da renda na categoria ‘desnecessário’ ou o volume de dívidas vêm caindo mês após mês, já é um sinal claro de que suas atitudes estão fazendo efeito”, explica Mila.

Planejamento para descomplicar

Com a autoanálise em mãos, as prioridades claras e o fluxo de gastos mapeado, o planejamento para os próximos seis meses se torna uma tarefa mais leve e intuitiva. A sugestão da consultora é abranger todos os gastos: desde as despesas diárias e presentes de aniversário, até o delivery e os deslocamentos por aplicativos.

Para quem tem a meta de economizar, Mila Gaudencio orienta começar pequeno. “Se guardar uma grana está entre suas prioridades, não precisa começar com tudo. Se R$ 200 pesar no bolso,começar R$ 50 é um baita passo. O objetivo principal é a constância e a criação de um hábito financeiro saudável”, ressalta.

A importância de falar sobre dinheiro

A relação com o dinheiro ainda é um tabu para muitos, com 7 em cada 10 brasileiros utilizando palavras negativas para descrevê-la, aponta a pesquisa de Dismorfia Financeira. Contudo, abordar o tema abertamente é o primeiro passo para uma relação mais saudável com as finanças. “Quando o assunto dinheiro não entra na conversa do dia a dia, tudo que dizem sobre organização financeira parece distante demais. Aí acaba batendo a vontade de desistir antes mesmo de tentar”, orienta Mila. “Mas, quando a gente coloca o tema na roda, a sensação de ‘só eu tô atrasado ou na batalha’ vai embora. Porque, na verdade, todos estão no mesmo barco”.

Ela aponta que organizar as finanças não precisa ser uma tarefa complexa ou adiada. Com consistência e planejamento, é totalmente possível construir um saldo emocional e financeiro mais positivo neste segundo semestre, encarando o dinheiro não como um vilão, mas como um aliado, diz a especialista.

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