Estado é o quarto maior produtor brasileiro do cereal.
Da Redação

Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de milho do país. No ciclo 2023/2024, no acumulado das duas safras colheu 8 milhões de toneladas do cereal, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), contribuindo com 7% da produção nacional, que atingiu 115,5 milhões de toneladas.
Para impulsionar ainda mais a produção do cereal, visando aumentar a produtividade e a rentabilidade das lavouras, a Corteva Agriscience, em colaboração com a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso Sul (Aprosoja/MS), lançou nesta quinta-feira (26), em Ponta Porã, o “Programa para Incremento da Produtividade de Milho no Mato Grosso do Sul”.
A iniciativa responde a um momento desafiador da atividade. Anelcindo Souza, diretor de Marketing de Sementes da Corteva Agriscience para Brasil e Paraguai, detalha o cenário. “O Mato Grosso do Sul é um dos principais polos de produção de grãos no Brasil, mas, na segunda safra de milho 2023/24, registrou um dos menores índices de produtividade da última década, reflexo, principalmente, do estresse hídrico que afetou mais de 90% dos municípios sul-mato-grossenses”.
O programa selecionará agricultores, com prioridade para produtores de médio e grande porte com perfil inovador, para transformarem suas propriedades em áreas modelo. A seleção será conduzida pela Famasul e Aprosoja/MS. A Corteva, por sua vez, focará na transferência tecnológica, por meio de áreas demonstrativas e conhecimento agronômico, incluindo o uso de tecnologias de ponta e práticas de manejo avançadas. A empresa conta, inclusive, com uma estação satélite de pesquisa em Fátima do Sul, que testa inovações em sementes adaptadas às características de clima, solo, pragas e doenças da região.
O desenvolvimento do programa foi motivado por sinalizações de autoridades locais sobre a necessidade de apoio e novas tecnologias para os produtores. Augusto Moraes, diretor de Relações Institucionais da Corteva Agriscience para a América Latina, afirma que a empresa “mobilizou os recursos necessários e atores estratégicos para ajudar produtores da região a alcançarem resultados superiores no curto e médio prazos”.
Ele acrescenta que “todo o pacote de tecnologias adaptadas ao clima da região e técnicas de manejo que potencializam o resultado em campo estarão expostas em áreas testes espalhadas pelo Estado. Da mesma forma, nossas equipes de agronomia e pesquisa acompanharão de perto esse processo de transferência tecnológica. Assim, a companhia, ao lado de autoridades e entidades do setor, segue cumprindo seu papel de elevar inovação, integração de tecnologias e produtividade ao campo.”
Tecnologia na prática: O caso da fazenda Boa Vista
A eficácia das inovações da Corteva é exemplificada pelos resultados da Fazenda Boa Vista, em Ponta Porã (MS), administrada pelos irmãos Ângelo e Mário Pignataro. Eles utilizam o portfólio integrado da empresa e práticas de manejo avançadas, obtendo produtividades acima da média estadual.
Ângelo Pignataro compartilha os números: “Na safrinha 2023, conquistamos uma média na safrinha de milho de 125 sacas por hectares (scs/ha), enquanto a média estadual foi de 100 sacas por hectare. Já no ciclo posterior, safrinha 2024, com a estiagem, atingimos uma média de 85 sacas por hectare, 77% acima da média registrada nos municípios de Ponta Porã e Antônio João e 27% acima da média do estado. Já a previsão para a safrinha que está sendo colhida é uma média de 135 sacas por hectare na propriedade. A média estadual está estimada em 80 sacas por hectare.”
Mário Pignataro atribui a produtividade superior da propriedade “ao uso de sementes adaptadas à região, soluções químicas e biológicas, incluindo o tratamento das sementes, além de manejo eficiente, mesmo em condições climáticas adversas.” Ele destaca, em especial, a aplicação do fixador foliar de nitrogênio Utrisha™ N em 2024. “Percebemos que o produto biológico ajudou a planta a resistir ao pior momento do estresse, resultando em um aumento da produtividade além do esperado. Para esta temporada, que já começou a ser colhida, 100% dos 5 mil hectares da propriedade estão sendo tratados com biológicos, sempre em combinação com químicos.”
Inovação e desenvolvimento
A Corteva investe US$ 4 milhões diariamente em Pesquisa & Desenvolvimento globalmente, mantendo 10 unidades de pesquisa no Brasil. A unidade satélite em Fátima do Sul (MS) desempenha um papel estratégico, com foco em testes para as necessidades locais. Segundo Anelcindo Souza, o local “contribuiu diretamente para o desenvolvimento de híbridos de milho como o P3310VYHR e o P3322PWU, da Pioneer, marca de sementes da Corteva, que foram cultivados na fazenda Boa Vista durante a safra de inverno 2025.
Além dos produtos comerciais, a estação contribui para a base genética dos futuros lançamentos. Sua rede de ensaios contempla testes de campo voltados ao desenvolvimento de parentais gênicos, uma etapa essencial para garantir híbridos ainda mais adaptados ao ambiente regional.” Os híbridos desenvolvidos nessa estação de pesquisa apresentam características agronômicas que atendem diretamente às demandas dos agricultores do estado: alto teto produtivo para rentabilidade e segurança; estabilidade produtiva, mesmo diante das variações ambientais da região; super precocidade, ideal para áreas com inverno rigoroso e risco de geadas; e qualidade de grãos, sanidade foliar e robustez de raiz, assegurando maior performance em campo.