Livro escrito por Flávio Adriano Nantes, foi apresentada oficialmente em um evento realizado na Casa da Cultura de Campo Grande.
Da Redação

Mais que um lançamento, Os Olhos de Capitu se apresentou ao público como um convite à reflexão sobre a violência contra as mulheres e o papel da literatura na transformação social. A obra, escrita por Flávio Adriano Nantes, foi apresentada oficialmente em um evento realizado na Casa da Cultura de Campo Grande, reunindo leitores, estudantes e profissionais da área cultural.
O livro nasce de uma perspectiva feminina, apesar de ter sido escrito por um homem. “A maior parte das personagens e narradoras são mulheres. Isso vem da minha vivência, cresci cercado por mulheres e, desde pequeno, observava as violências, os assédios e as injúrias que minha mãe, minhas irmãs e minhas tias sofriam. Falar disso é, também, contar a minha história”, destacou o autor.
Para Flávio, a obra também cumpre o papel de provocar reflexões, especialmente entre os homens, sobre a urgência de se posicionarem contra as diversas formas de violência. “Costumo dizer que sou um homem feminista. Nós, homens, podemos e devemos ser aliados. Precisamos olhar para isso e contribuir com a mudança”, afirmou.
A psicóloga Raísa de Bacarji Jardim, que participou do evento, reforçou o quanto a literatura ainda é uma poderosa ferramenta de transformação. “Com certeza os livros ainda transformam vidas. Eles convidam para uma experiência única, que desloca a gente para outros lugares, para um outro pensar. Diferente de ver um filme, ler um livro te coloca numa posição ativa: você cria seu próprio ritmo, as pausas, os pensamentos. E é aí que acontece a transformação, nesse tempo, nesse detalhe”, pontuou.
Para quem participou, como o estudante de psicologia da UEMS, Gustavo Oliveira Butinski Fontes, a experiência foi enriquecedora. “Achei muito bacana, é essencial ter esse tipo de espaço. O livro amplia a visão da gente, nos permite viver experiências que talvez nunca viveríamos na nossa vida. Viver só a própria experiência é muito limitante, e o livro oferece ferramentas para ampliar os caminhos.”
Mais do que contar histórias, Os Olhos de Capitu reafirma o papel da literatura como instrumento de reflexão, consciência e transformação — tanto individual quanto coletiva.