11/07/2025 23:52

Nem tarifaço de Trump segura a carne de MS e exportações aos EUA batem recorde

No primeiro semestre o estado exportou 31,049 mil toneladas, obtendo uma receita de US$ 152,967 milhões.

Anderson Viegas

Mato Grosso do Sul fechou o primeiro semestre de 2025 com um novo recorde nas exportações de carne bovina para os Estados Unidos. O estado embarcou 31,049 mil toneladas, obtendo uma receita de US$ 152,967 milhões. Segundo o ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, frente ao mesmo período de 2024, o crescimento foi de 71,1% em volume (18,146 mil toneladas) e em faturamento de 83,6% (US$ 83,300 milhões).

Para se ter uma ideia da dimensão desse incremento, somente a diferença entre a quantidade e o resultado financeiro das exportações dos primeiros seis meses de 2025 e 2024 é maior do que toda a exportação da proteína bovina Made in MS para os norte-americanos em 2021. Naquele ano, o estado vendeu para o país 7,432 mil toneladas, com receita de US$ 37,029 milhões.

Conforme o ComexStat, o estado exporta três tipos de carne bovina para os Estados Unidos. O maior volume e receita é da desossada e congelada, com 29,258 mil toneladas e US$ 142,298 milhões de faturamento. Depois vem a salgada em salmoura/seca ou defumada e em terceiro a desossada fresca ou refrigerada. Veja detalhes na tabela abaixo:

O disparo nas exportações de carne bovina do estado e do país para os EUA ocorre mesmo com o presidente Donald Trump tendo implementado um tarifaço para a proteína nacional. Tradicionalmente, o Brasil tinha uma cota anual de 65 mil toneladas com isenção tarifária (taxa zero), na importação de carne bovina brasileira, mas a partir deste ano, dentro dessa mesma cota passou a incidir uma tarifa de 10%. Fora da cota, a tarifa que era de 26,4% subiu também 10%, passando para 36,4%.

Em maio, o Made in MS já havia tratado do assunto. Na época, o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, explicou que mesmo com o tarifaço, a competitividade da carne brasileira e sul-mato-grossense acabou não sendo prejudicada, por conta de uma conjuntura do mercado norte-americano.

“Os Estados Unidos estão com o menor rebanho bovino da sua história e, como consequência, o país que era um dos maiores exportadores mundiais passou a ser um grande importador, por falta de mercadoria. O Brasil tem ocupado esse espaço, porque nossa carne, mesmo com as tarifas continuou mais barata que a americana”, disse ele.

Guilherme também fez uma projeção que vem sendo confirmada nos últimos meses. “O primeiro quadrimestre do ano nos aponta que é possível bater em 2025 o recorde de 2024, do maior número de abates da história. E a exportação acompanha esse ritmo”, disse.

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