08/07/2025 16:35

MS é o 5° estado que mais teve conflitos no campo em 2024, aponta relatório

Relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra) registrou 132 casos de violências ocorridas em
territórios camponeses de Mato Grosso do Sul, no ano de 2024. Foram 99 conflitos por terra que impactaram mais de 13 mil famílias camponesas e indígenas, ainda de acordo com o documento.

Quando se fala em pessoas que sofreram algum tipo de violência em áreas rurais, em sua maioria em territórios indígenas dos povos Guarani e Kaiowá, incluindo agressões, ameaças, contaminação por
agrotóxicos, atos de violência contra a mulher, tentativas de assassinato, entre outras
ocorrências, o número passa de 260.

Além disto, o dado mais alarmante: duas pessoas foram assassinadas no campo no ano passado, no Estado, sendo o jovem Neri Ramos, de 23 anos, do povo Guarani e Kaiowá, em 18 de setembro, na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, situada em Antônio João (MS); e o rezador, também do povo
Guarani e Kaiowá, Argemiro da Silva Escalante, de 74 anos, que vivia na Aldeia Pirakuá, no município de Bela Vista, a 324 km de Campo Grande.

(Comissão Pastoral da Terra/Divulgação)

Comparação a nível nacional

A nível nacional, a partir dos registros do Cedoc-CPT (Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno), é possível observar uma queda de quase 3% dos conflitos no campo em relação a 2023, com 2.185 conflitos em 2024 contra 2.250 no ano anterior, conforme dados atualizados.

O ano de 2023 registrou um recorde no número de registros desde o início da publicação e, apesar da pequena queda em 2024, o ano passado ainda apresenta o 2º maior número de conflitos da série histórica da CPT.

A manutenção dos conflitos em patamares altos se relaciona com o aumento de conflitos por
água, além da persistência do aumento dos conflitos por terra, impactados pelo crescente número de violências contra a ocupação e a posse.

Houve ainda uma redução nos casos de trabalho escravo e nas resistências, o que contribuiu para que os dados gerais de conflitos no campo de 2024 fossem menores em comparação a 2023.

A maioria dos registros prosseguem sendo de violência no eixo terra, com 1.680 casos, representando 78% do total. Em seguida vem o eixo água, com 266, depois o eixo trabalho, com 151 casos, e as resistências, com 88 registros.

Divulgada anualmente pela CPT, a publicação apresenta os dados de conflitos no campo no Brasil registrados no último ano, além do comparativo com os números da série histórica, trazendo análises e sistematizações elaboradas por pesquisadores, agentes da Pastoral e da equipe do CEDOC-CPT (Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno).

(Comissão Pastoral da Terra/Divulgação)

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