Rapper teve mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. A medida é resultado de um episódio recente em que o músico teria arremessado pedras contra um delegado durante uma operação policial em sua residência.
Da Redação

O rapper Oruam, um dos artistas mais ouvidos do país nas plataformas de streaming, foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por associação ao tráfico de drogas, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato e, teve mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (22).
A medida é resultado de um episódio recente em que o músico teria arremessado pedras contra um delegado durante uma operação policial em sua residência. Além disso, segundo a Polícia Civil, Oruam é suspeito de integrar o Comando Vermelho, mesma facção criminosa liderada por seu pai, Marcinho VP, que cumpre pena desde 2024 no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).
O inquérito policial também aponta que a casa do artista, no Rio de Janeiro, tem sido usada como esconderijo de integrantes da facção. Em fevereiro, um foragido da Justiça foi preso no local, portando uma pistola de uso restrito. Mais recentemente, um adolescente de 17 anos, conhecido como Menor Piu e ligado ao tráfico na região metropolitana do Rio, também foi encontrado na residência.
Oruam, cujo nome verdadeiro é Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, nasceu em 2001 na comunidade da Cidade de Deus. Seu estilo, que mescla ostentação, vivência periférica e elementos de contestação social, o colocou entre os principais nomes do trap nacional, com milhões de ouvintes mensais. Ao longo da carreira, o rapper tem demonstrado apoio público ao pai, com tatuagens, menções em músicas e uso de camisetas com frases que pedem sua liberdade.
Em março de 2025, Oruam esteve pessoalmente em Campo Grande para visitá-lo no presídio federal. A visita do rapper à capital sul-mato-grossense repercutiu amplamente.Inclusive, foi criada uma lei municipal que ficou conhecida como “lei anti-Oruam”.
Sancionada pela prefeita Adriane Lopes no dia 14 de maio, a norma proíbe a administração pública de contratar ou apoiar eventos voltados ao público infantojuvenil que promovam, em qualquer forma, apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas. A legislação determina ainda a inclusão de cláusulas contratuais para vedar tais conteúdos em apresentações artísticas, além de prever multas e responsabilização solidária de pais e organizadores em caso de descumprimento.
A proposta é de autoria do vereador André Salineiro (PL) e foi inspirada em projeto semelhante da vereadora Amanda Vettorazzo (União), de São Paulo. A aprovação da norma, diretamente associada à presença e à atuação de Oruam, coloca Campo Grande como uma das primeiras cidades do Brasil a criar uma legislação voltada ao conteúdo de shows e eventos acessíveis a menores de idade.