19/09/2025 00:09

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Exportações de celulose de MS disparam e respondem por quase um terço da pauta estadual

Estado lidera embarques no Brasil e amplia protagonismo com avanço de 49% na receita e 73% no volume em 2025.

Anderson Viegas

Celulose é responsável por quase um terço da receita das exportações sul-mato-grossenses e mantém o estado na liderança nacional do setor. (Foto: Anderson Viegas – Made in MS).

Mato Grosso do Sul fechou o segundo quadrimestre de 2025 com crescimento expressivo nas exportações de celulose. Segundo dados do ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a receita passou de US$ 1,46 bilhão entre janeiro e agosto de 2024 para US$ 2,18 bilhões no mesmo período deste ano, alta de 49,1%. Em volume, o avanço foi ainda maior, saltando de 2,67 milhões para 4,63 milhões de toneladas, crescimento de 73,3%.

A China segue como principal destino, com compras de US$ 1,21 bilhão e 2,55 milhões de toneladas, quase o dobro dos resultados do ano passado, que foram de US$ 729,7 milhões e 1,36 milhão de toneladas. A Itália aparece na segunda posição, com US$ 230,1 milhões e 484,6 mil toneladas, registrando aumento de 44% na receita e 63% no volume.

Para a Holanda houve queda de 8,7% no faturamento, de US$ 133,5 milhões para US$ 121,9 milhões, embora o volume tenha crescido levemente, de 235,1 mil para 253,8 mil toneladas. A Turquia passou a integrar a lista dos cinco principais destinos, com US$ 102,6 milhões e 228,7 mil toneladas de quilos.

EUA

Já para os Estados Unidos, mesmo com a celulose tendo ficado fora do tarifaço de 50% implementada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a alguns produtos brasileiros, houve retração de 28% na receita, de US$ 131,6 milhões para US$ 94,7 milhões, e de 2,7% no volume, de 220,6 mil para 214,6 mil toneladas.

Na sexta-feira passada (5), Trump editou um decreto (Executive Order) que redefiniu parâmetros da política tarifária norte-americana para negociações de “Acordos de Comércio e Segurança”. O Anexo II do texto isentou da tarifa recíproca de 10% três tipos de celulose, classificados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) 4703.11.00, 4703.21.00 e 4703.29.00, sendo esta última a classificação de toda a produção sul-mato-grossense.

De acordo com comunicado interno da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), essas três descrições tarifárias representaram mais de 90% do volume exportado aos Estados Unidos em 2024 e retornam à tarifa “pré-Trump”, que era de 0%.

A entidade destacou que a medida não altera as tarifas adicionais aplicadas a papéis, que permanecem em 50%, e a painéis de madeira (MDF e MDP), que seguem em 40%.

Destaque estadual e nacional

Conforme o ComexStat, a celulose é o principal item da pauta exportadora do estado, que somou US$ 7,28 bilhões no período, respondendo por 29,96% da receita de vendas externas.

Mato Grosso do Sul é o principal exportador brasileiro de celulose. Das 14,767 milhões de toneladas embarcadas pelo país este ano, que geraram uma receita de US$ 6,736 bilhões, o estado foi responsável por 31,42% do volume e 32,44% do faturamento.

O protagonismo é resultado direto da expansão do parque industrial. Desde 2024, com a entrada em operação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o estado se consolidou como o maior produtor nacional.

Conhecido como “vale da celulose”, Mato Grosso do Sul abriga quatro linhas de produção em operação: três da Suzano, sendo duas em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo, e uma da Eldorado Brasil, também em Três Lagoas. Juntas, essas unidades têm capacidade instalada de 7,58 milhões de toneladas por ano.

A perspectiva é de crescimento, podendo alcançar 16 milhões de toneladas por ano com projetos como a nova linha da Eldorado em Três Lagoas, a planta da Arauco em Inocência e da Bracell em Bataguassu.

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