Estado tem capacidade instalada 1.638,62 MW, o que é maior, por exemplo, que a capacidade instalada de geração da usina hidrelétrica de Porto Primavera 1.540 MW.
Anderson Viegas

Em dez anos, entre 2015 e na parcial de 2025, o número de novas conexões de unidades de geração distribuída (GDs) de energia solar cresceu 666,7% em Mato Grosso do Sul, saltando de 22 para 146.676, segundo dados compilados pelo Made in MS da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Veja detalhes dessa evolução no infográfico abaixo:
O número de unidades de geração distribuída se refere à quantidade de sistemas de geração de energia elétrica conectados à rede de distribuição, normalmente instalados próximo ao local de consumo, tais como casas, comércios, indústrias e propriedades rurais.
A chamada geração distribuída considera sistemas de microgeração, com capacidade para produzir até 75 kW, e minigeração, que compreende a faixa de 75 kW até 5 MW de energia solar fotovoltaica.
Mato Grosso do Sul tem atualmente, segundo dados atualizados até 17 de junho, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), capacidade instalada de produção de energia solar fotovoltaica de 1.638.622,82 kW (ou 1.638,62 MW) e é maior, por exemplo, que a capacidade instalada de geração da usina hidrelétrica de Porto Primavera (também chamada de Engenheiro Sérgio Motta), que fica no rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, e que, segundo a Companhia Energética de São Paulo (CESP), pode produzir até 1.540 MW.
Com essa capacidade instalada de geração de energia solar, ocupa a oitava posição no ranking nacional, segundo dados da Aneel. Veja mais no infográfico abaixo:
Entre as cidades do estado, Campo Grande é a que tem o maior número de unidades geradoras, 42.304, que juntas têm capacidade instalada de produzir até 377.327,33 kW (ou 377,33 MW) de energia, o que é equivalente à de uma usina hidrelétrica de médio porte no país, como a de Irapé, em Minas Gerais, que tem capacidade, de acordo com a Aneel, de gerar até 360 MW.
O município sul-mato-grossense, com essa potência instalada, é a terceira entre as capitais brasileiras. Veja mais no infográfico abaixo:
Depois de Campo Grande, aparecem com destaque na geração de energia solar fotovoltaica em Mato Grosso do Sul as cidades de Dourados, com 18.281 unidades de geração distribuída e potência instalada de 161.273,73 kW, e Três Lagoas, com 6.029 GDs e potência de 55.163,06 kW.
Veja abaixo a lista de todos os 79 municípios do estado com o número de unidades de geração e a potência:
Confira no mapa interativo a potência instalada de cada cidade do estado:
O que explica esse crescimento?
Esse crescimento registrado no estado acompanha uma conjuntura nacional que provocou uma expansão exponencial do setor e é resultado de uma série de fatores regulatórios, econômicos e ambientais que mudaram radicalmente o panorama energético nacional.
Até o início dos anos 2010, a presença da energia solar era meramente simbólica. No entanto, o marco regulatório estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), especialmente a Resolução Normativa nº 482 de 2012, foi o catalisador inicial. Essa regulamentação, que criou o sistema de compensação de energia (net metering), permitiu que consumidores gerassem sua própria eletricidade e injetassem o excedente na rede, recebendo créditos.
Em paralelo, a queda global nos custos dos painéis solares e demais equipamentos fotovoltaicos tornou a tecnologia mais acessível, possibilitando que o que antes era um investimento proibitivo, transformou-se em uma alternativa econômica viável para residências, comércios e indústrias.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a capacidade instalada de energia solar no Brasil, que era de apenas alguns megawatts no início da década, atingiu em junho deste ano 57.672 MW, representando 23%, sendo a segunda com maior participação na matriz elétrica brasileira, que é de 250.588 MW.
Além dos fatores econômicos e regulatórios, a crescente consciência ambiental e a busca por maior autonomia energética também impulsionaram o mercado. Muitos consumidores e empresas enxergam na energia solar, além do aspecto econômico, uma forma de reduzir sua pegada de carbono.