A ação foi conduzida pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Da Redação

Com o objetivo de fortalecer a articulação regional no enfrentamento à gripe aviária, o Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), que reúne os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, promoveu nesta terça-feira (27) a segunda reunião virtual de monitoramento da Influenza Aviária. A ação foi conduzida pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), e reforça o esforço conjunto de prevenção, contenção e resposta coordenada frente à ameaça sanitária à avicultura brasileira.
A reunião foi coordenada pelo secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, e contou com a participação da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), secretarias estaduais, agências de defesa agropecuária, produtores, indústrias e associações do setor. O ex-governador do Paraná e atual secretário do Codesul, Orlando Pessutti, também acompanhou o encontro.
“Coordenamos essa segunda reunião conjunta com o objetivo de ampliar a articulação interestadual diante dos casos atuais de Influenza Aviária. Tivemos um panorama das ações em Mato Grosso do Sul, com a apresentação técnica da fiscal Kamylla Silveira, da Iagro, que detalhou a resposta rápida e os esforços preventivos do Estado”, destacou Artur Falcette.
A proposta de incluir os órgãos de sanidade animal dos estados do PR, SC e RS partiu do secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc. “A participação do Codesul é fundamental para a articulação conjunta dos estados integrantes do bloco e para a construção de uma resposta coordenada para enfrentar os riscos da Influenza Aviária”, ressaltou Verruck.
Durante o encontro, foi informado que dois casos suspeitos identificados em Mato Grosso do Sul no fim de semana anterior foram investigados e descartados. Segundo a Iagro, até 25 de maio de 2025, o Estado registrou 21 notificações e 7 casos considerados prováveis, todos posteriormente descartados após exames laboratoriais, mantendo o território livre de focos ativos da doença em 2025.
A médica veterinária Kamylla Silveira, fiscal agropecuária da Iagro, explicou que os 39 municípios sul-mato-grossenses com produção avícola comercial são considerados de maior risco para a introdução do vírus, conforme análise do Ministério da Agricultura baseada em dados epidemiológicos e genômicos. “A vigilância continua ativa e o trabalho de educação sanitária e fiscalização tem sido intensificado”, informou.
Ações realizadas pela Iagro
De acordo com o relatório técnico apresentado pela agência, foram realizadas 155 fiscalizações em 2024 com foco em biosseguridade e renovação de registros. Em três ciclos de coletas de amostras, realizadas em estabelecimentos comerciais e de subsistência, não houve detecção do vírus. Desde julho de 2023 está vigente a Declaração de Emergência Zoossanitária, com plano de contingência implementado.
Foram promovidas 36 palestras e cursos em 2024 e entre janeiro e maio de 2025, com a participação de 2 mil pessoas. Também foram realizados treinamentos com o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) e simulações práticas de atuação em focos.
Além disso, a Portaria Iagro nº 3.735, de julho de 2024, autorizou o retorno de eventos com aves, sob rigorosas restrições sanitárias e protocolos de biossegurança, restritos a espécies específicas.
Cooperação técnica reforçada
Durante a reunião, o Rio Grande do Sul compartilhou sua experiência com um caso confirmado da doença em granja comercial, detalhando a contenção rápida e eficiente pelas equipes de defesa sanitária. Minas Gerais também notificou recentemente um caso em ave silvestre, reforçando a importância da vigilância contínua em todo o país.
Ao final, foi deliberada a continuidade dos encontros técnicos, com nova rodada de discussões agendada para a próxima semana. “Essa cooperação técnica, o alinhamento com o setor privado e a transparência na comunicação entre os estados são fundamentais para proteger a avicultura, garantir a sanidade animal e preservar a sustentabilidade econômica do setor”, completou Artur Falcette.