17/08/2025 10:07

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Chuvas acima da média do primeiro semestre colocaram o rio Paraguai em faixa de normalidade, diz pesquisador

Após mínima histórica em 2024, bacia do Pantanal apresenta equilíbrio hidrológico em 2025, segundo análise do Serviço Geológico do Brasil.

Anderson Viegas

O rio Paraguai, principal curso de água do Pantanal, apresenta neste momento uma condição de equilíbrio hidrológico, de acordo com avaliação feita ao Made in MS pelo pesquisador Marcus Suassuna, do Serviço Geológico do Brasil (SGB). A melhora foi observada ao longo da primeira metade de 2025, após uma série de anos marcados por níveis historicamente baixos, especialmente em 2024, quando a bacia registrou as menores mínimas desde o início dos registros. Veja o vídeo com a explicação acima.

Em 19 de outubro de 2024, a estação de medição de Ladário (MS), considerada referência histórica desde 1900, registrou -71 centímetros, o menor nível documentado em 124 anos de monitoramento, superando o recorde da seca de 1964, quando o nível atingiu -61 centímetros. Em Porto Murtinho, também foram observadas mínimas históricas, como os 52 centímetros registrados em outubro de 2024, abaixo de todos os dados anteriores.

Segundo o pesquisador, a recuperação das condições hidrológicas em 2025 foi impulsionada por chuvas acima da média, concentradas principalmente no mês de abril, nas sub-bacias dos rios Miranda e Aquidauana, no Mato Grosso do Sul. Em Ladário, o nível atual do rio é de 3,3 metros. Embora esteja abaixo da média histórica e ainda distante dos 4 metros necessários para o alagamento da planície, o valor já é considerado dentro da faixa de normalidade.A tendência agora é de transição para o período de vazante, com seca prevista dentro dos padrões sazonais típicos.

Conforme Suassuna, mesmo que haja um atraso na estação chuvosa, prevista para começar em outubro, a expectativa é de que não ocorra repetição das cotas negativas dos anos anteriores em Ladário. Ainda assim, o pesquisador ressalta que projeções de longo prazo para a bacia são desafiadoras devido à sua variabilidade climática.

Quanto à navegação ele aponta que os riscos continuam a existir. Historicamente, cotas abaixo de 1,5 metro em Ladário têm imposto restrições, e embarcações maiores já enfrentam dificuldades quando o nível atinge 1,9 metro. A situação depende do comportamento das chuvas a partir de outubro. Se a estação se iniciar dentro do esperado, os impactos à navegação devem ser limitados.

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