O montante representa um marco expressivo na história da iniciativa, que já contabiliza 554.774 animais abatidos, dos quais 96,4% (ou 534.728 animais) foram classificados positivamente segundo os critérios do protocolo.
Da Redação

Mato Grosso do Sul reafirma sua liderança na produção pecuária de baixo impacto ambiental com os avanços do Programa Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal. Criado pelo Governo do Estado com apoio técnico da ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável), o programa já destinou mais de R$ 63,1 milhões em incentivos diretos a produtores desde sua implantação.
O montante representa um marco expressivo na história da iniciativa, que já contabiliza 554.774 animais abatidos, dos quais 96,4% (ou 534.728 animais) foram classificados positivamente segundo os critérios do protocolo.
📈 Crescimento consistente e valorização por animal
Desde 2019, os repasses vêm crescendo de forma contínua. Em 2024, foram pagos R$ 20,5 milhões em incentivos; em 2025, mesmo com menos da metade do ano decorrido, os pagamentos já somam R$ 12,2 milhões. O valor médio do incentivo por animal saltou de R$ 86,26 em 2019 para R$ 134,58 em 2025, o maior já registrado na série histórica do programa.
🐂 Nova fase: revisão de protocolo e transição
Durante o Pantanal Tech, realizado em Aquidauana, o secretário executivo da Semadesc, Rogério Beretta, destacou o amadurecimento do programa e a importância de unir o incentivo público ao reconhecimento do mercado.
“O ideal é que o governo siga incentivando e o mercado retribua, valorizando essa carne sustentável de alta qualidade que chega à mesa dos consumidores. Isso fortalece toda a cadeia produtiva e amplia o reconhecimento da carne pantaneira no Brasil”, afirmou Beretta.
Segundo ele, o programa se prepara para uma nova etapa, com revisão do protocolo e implementação de um ciclo de transição, em parceria com a ABPO. A proposta é atualizar os critérios técnicos, mantendo o rigor na certificação e expandindo a adesão de produtores.
🧾 Perfil produtivo e estrutura da cadeia
Entre 2022 e 2025, a categoria fêmea 8 dentes liderou o volume de animais incentivados, com 146.858 cabeças, o que representa 25,5% do total. Atualmente, o programa conta com 147 propriedades rurais cadastradas, 90 responsáveis técnicos habilitados e 12 frigoríficos credenciados, que garantem a rastreabilidade e o cumprimento das normas técnicas.
Para o diretor executivo da ABPO, Guilherme Oliveira, o momento marca uma virada estratégica para o programa:
“Temos um exemplo concreto com o pecuarista Leonardo de Barros, nosso associado, que lançou a startup Biocarnes com foco em carne sustentável. Isso mostra como o protocolo se traduz em oportunidades de diferenciação e acesso a mercados mais exigentes”, pontua.
🌱 Conexão entre política pública, inovação e mercado
Leonardo de Barros, produtor rural e fundador da Biocarnes, destaca o alinhamento entre sustentabilidade, políticas públicas e demanda de mercado:
“A união entre governo, produtores, ciência e consumidores cria um ecossistema favorável à valorização do Pantanal. É uma vitrine poderosa, que fortalece o setor como um todo”, afirma.