27/09/2025 17:55

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Corpos de vítimas de acidente aéreo no Pantanal são levados a Campo Grande para identificação

Entre os mortos está o arquiteto chinês Kongjian Yu, referência mundial em soluções urbanas baseadas na natureza. Procedimentos no IMOL seguem durante o fim de semana.

Da Redação

A Polícia Científica realiza os exames de identificação das vítimas do acidente aéreo que matou o arquiteto chinês Kongjian Yu e outras três pessoas em Aquidauana. (Foto: Polícia Científica de Mato Grosso do Sul/Divulgação).

A Polícia Científica de Mato Grosso do Sul transladou nesta sexta-feira (26) para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), em Campo Grande, os corpos das quatro vítimas do acidente aéreo ocorrido na noite de terça-feira (23) em uma área rural de Aquidauana, na região do Pantanal. O grupo estava a bordo de um monomotor Cessna que caiu e explodiu ao atingir o solo, nas proximidades da fazenda Barra Mansa, conhecida por atividades de ecoturismo.

Entre as vítimas está Kongjian Yu, arquiteto, urbanista e paisagista chinês (Foto: Turenscape/Divulgação).

Entre as vítimas está Kongjian Yu, arquiteto, urbanista e paisagista chinês de renome internacional. Também morreram no acidente o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, o documentarista Rubens Crispim Júnior e o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros. Os quatro corpos foram encontrados carbonizados.

Segundo a Polícia Científica, exames necroscópicos e coleta de amostras genéticas já foram realizados em três das vítimas, e uma delas, identificada como Rubens Crispim Júnior, já teve a identidade confirmada por DNA. Os procedimentos seguem durante o final de semana com o objetivo de agilizar a liberação dos corpos. A necropsia do corpo de Yu, com a devida anuência da Embaixada da China no Brasil, também estava prevista para ser realizada ainda nesta sexta-feira.

As autoridades destacaram que os prazos para entrega dos resultados variam conforme a complexidade de cada caso, mas que todos os recursos técnicos estão sendo utilizados para garantir segurança e confiabilidade nos laudos, com respeito às famílias envolvidas.

Kongjian Yu, de 61 anos, era professor na Universidade de Pequim e fundador do escritório Turenscape, responsável por mais de mil projetos aplicados em 250 cidades. Criador do conceito das “cidades-esponja”, ele propunha soluções urbanas baseadas na natureza, capazes de absorver e reutilizar a água da chuva. O modelo virou política pública na China e se tornou referência global.

No Brasil, ele participou no início de setembro da Conferência Internacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), em Brasília, e retornou ao país para compromissos na Bienal de São Paulo. Segundo o CAU/BR, o arquiteto seguia viagem ao Pantanal quando ocorreu o acidente. “Sua obra deixa um legado de compromisso com a sustentabilidade, a paisagem e a vida urbana”, afirmou a presidente do conselho, Patrícia Sarquis Herden.

Yu recebeu prêmios internacionais como o IFLA Sir Geoffrey Jellicoe Award (2020), o Cooper Hewitt National Design Award (2023) e o RAIC International Prize (2025), consolidando sua trajetória como um dos principais nomes da arquitetura sustentável contemporânea.

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