27/09/2025 19:22

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Morango na merenda: produtor de Maracaju inova com cultivo semi-hidropônico e abastece escolas municipais

Com sistema semi-hidropônico, agricultor aposta na inovação para diversificar a produção familiar e mira o mercado regional.

Anderson Viegas

As colheitas semanais começaram recentemente, com rendimento médio entre 400 e 500 gramas por planta (Foto: Julio Cesar Ricart/Arquivo Pessoal).

O produtor rural Julio Cesar Ricart deu um passo inédito na agricultura de Maracaju ao iniciar, em abril deste ano, o cultivo de morangos com tecnologia semi-hidropônica. Ele implantou 500 mudas da variedade San Andreas, originárias da Espanha, e direcionou toda a produção para a merenda escolar da rede pública municipal, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Com experiência anterior no fornecimento de mel, hortaliças e frutas como melancia, goiaba e mamão para as escolas, Julio decidiu inovar com uma cultura pouco comum na região. Sem técnicos locais especializados na fruta, buscou capacitação em cursos on-line e desenvolveu sozinho uma estrutura com estufa, sombreamento e canteiros suspensos.

Sem técnicos locais especializados na fruta, produtor buscou capacitação em cursos on-line e desenvolveu sozinho uma estrutura com estufa, sombreamento e canteiros suspensos (Foto: Julio Cesar Ricart/Arquivo Pessoal).

As colheitas semanais começaram recentemente, com rendimento médio entre 400 e 500 gramas por planta. Segundo o agricultor, o morango teve boa aceitação entre os estudantes, sem registro de rejeição. Ele destaca ainda que, por atuar diretamente com o poder público, ficou protegido das variações de preço que elevaram o quilo da fruta no varejo a até R$ 60.

A experiência já chamou a atenção de técnicos do Senar/MS e de representantes do Sindicato Rural, que visitaram a propriedade para conhecer de perto a estrutura. Julio revela que vem recebendo pedidos particulares e, diante da boa receptividade, pretende expandir a produção para dois mil pés e alcançar também o comércio local em 2026.

Apesar do entusiasmo, ele reconhece as dificuldades. “O clima quente exige adaptações, e ainda estou aprendendo a lidar com pragas e defensivos. Tenho anotado tudo para melhorar na próxima safra”, explica.

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