Megaestrutura vai conectar Porto Murtinho a Carmelo Peralta e é peça-chave da Rota Bioceânica, que promete reduzir em até 12 dias o tempo de exportação para a Ásia.
Da Redação

A construção da Ponte da Bioceânica, que vai ligar Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai, superou 82,22% de execução até o mês de agosto de 2025, segundo relatório técnico do Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai. A estrutura estaiada terá 1.294 metros de extensão e 21 metros de largura, e está prevista para ser concluída no segundo semestre de 2026.
Além da ponte principal, o projeto inclui 13,1 quilômetros de acessos rodoviários do lado brasileiro, com previsão de entrega também para o fim de 2026. Neste trecho, seis pontes intermediárias estão em construção, sendo uma delas com quase 700 metros de comprimento por conta da travessia de área alagada. Também faz parte do conjunto, a obra de um complexo alfandegários integrados no lado brasileiro.
Do lado paraguaio e do brasileiro, os viadutos de acesso estão em fase final, com instalação de barreiras anticolisão e antissuicídio, apoios para calçadas e guarda-corpos. A rampa viária no Paraguai teve o aterro hidráulico concluído, e agora as frentes de trabalho atuam no pacote estrutural e na proteção de taludes.
A ponte é peça central da Rota Bioceânica rodoviária, que vai ligar o oceano Atlântico ao Pacífico pelo Chaco paraguaio, utilizando o Chile como porta de saída. Segundo a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a rota pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a distância marítima das exportações brasileiras para a Ásia, reduzindo o tempo de viagem para a China em até 23%, o equivalente a 12 dias.
A obra é estratégica para o desenvolvimento regional e para a integração logística sul-americana, com Mato Grosso do Sul assumindo papel central na conexão terrestre entre os dois oceanos.