Em palestra no SebraeJor, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, detalha prioridades de desenvolvimento, liderança em indicadores e o que o estado levará à AgriZone, com foco em segurança alimentar, transição energética e inclusão.
Da Redação

Mato Grosso do Sul deve crescer 5,5% no Produto Interno Bruto em 2025, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, em palestra nesta terça-feira (2), no SebraeJor, em Campo Grande. Ele afirmou que a meta é sustentar a prosperidade acima da média nacional, ancorada em três vetores estratégicos: florestas plantadas, proteínas e bioenergia.
“Temos a possibilidade de crescer 5,5% neste ano”, disse o secretário, ao relacionar o avanço à forte recuperação do agro, estimado em 17%, e à expansão da indústria de transformação.
O estado pretende apresentar na AgriZone da COP-30, em Belém, um portfólio que conecta produção sustentável e descarbonização. Verruck destacou a conversão de cerca de 5 milhões de hectares de pastagens para usos produtivos na última década, com liderança nacional em integração lavoura-pecuária-floresta e 3,6 milhões de hectares nesse modelo.
Ele citou ainda 94% da matriz elétrica limpa, a bioenergia como base de geração, a entrada do biometano em escala e o papel da celulose, além do projeto de atrair operações intensivas em computação com energia firme e renovável.
De acordo com Verruck, o conjunto de indicadores externos mostra ganho de competitividade. O estado aparece em primeiro lugar no crescimento da indústria de transformação, em mobilidade social, no maior percentual de pessoas que moram em ruas arborizadas e na logística reversa de embalagens pós-consumo.
Em segundo lugar, figura no número de municípios entre os mais ricos do agro, no progresso social da capital, no percentual de pessoas com 25 anos ou mais com ensino superior e em capital humano. Em terceiro, está entre as menores taxas de extrema pobreza do país. “São avaliações feitas por instituições independentes, que reforçam nossa trajetória”, afirmou o secretário.
As prioridades da política de desenvolvimento foram resumidas em três eixos:
- Segurança alimentar: avanço da agroindustrialização, redução de perdas e aumento de produtividade com base em ciência e tecnologia, além da conversão sustentável de 4,7 milhões de hectares de pastagens ainda degradadas.
- Transição energética: expansão do etanol e da biomassa, novos projetos de biometano e atração de investimentos que buscam descarbonização com energia limpa e estável.
- Inclusão: redução da extrema pobreza via busca ativa e qualificação profissional, com programas de formalização e intermediação de mão de obra para atender à demanda empresarial.
Na agenda climática, ele citou instrumentos de remuneração ambiental, como o Pagamento por Serviços Ambientais do Pantanal, e as oportunidades do mercado de carbono e do SAF, combustível sustentável de aviação. O secretário também pontuou desafios de mão de obra e logística e defendeu encadeamento produtivo para integrar fornecedores locais às grandes corporações que se instalam no estado.
“Estamos estruturando cadeias para que o crescimento se traduza em renda, emprego e permanência dos investimentos”, concluiu.