21/08/2025 13:09

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Estudo comprova eficácia de vacina contra dengue em adolescentes

Publicado na revista The Lancet Infectious Diseases na última terça-feira (19/8), um estudo internacional inédito comprovou a eficácia da vacina TAK-003 (Qdenga®) em adolescentes. A pesquisa foi conduzida no Brasil por pesquisadores da Fiocruz e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) durante a epidemia histórica de dengue que atingiu o Brasil em 2024, que, segundo o Ministério da Saúde, matou mais de 6 mil pessoas.

A vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas de 4 a 60 anos e introduzida no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2023, com atual aplicação focada inicialmente em adolescentes (10 a 14 anos).

Para a análise, foram verificados mais de 92 mil testes de jovens na faixa etária em foco no estado de São Paulo. “Os resultados mostram que uma única dose já oferece 50% de proteção contra casos sintomáticos de dengue e 67,5% contra hospitalizações.

A segunda dose aumentou a eficácia contra sintomas para 61,7%. A proteção começa já a partir do oitavo dia após a aplicação da primeira dose, um dado crucial para uso emergencial em surtos”, destaca o pesquisador da Fiocruz Mato Grosso do Sul e coordenador do estudo, Júlio Croda.

Segundo o pesquisador, essa é a primeira evidência significativa, para além dos ensaios clínicos, de que a vacina TAK-003 é eficaz. “Isso pode salvar vidas e desafogar os hospitais durante epidemias”, afirma Croda.

A investigação teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), colaboração de instituições mundiais como as universidades de Yale, Johns Hopkins e Emory e a parceria da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

A pesquisa utilizou o método “teste-negativo” (padrão em estudos de vacinas) e cruzou dados de vigilância epidemiológica com registros de vacinação.

Com a expansão da dengue impulsionada pelas mudanças climáticas, a evidência brasileira pode influenciar políticas públicas e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso da TAK-003 em campanhas emergenciais e proteção de viajantes para áreas endêmicas.

O estudo confirmou que vacina é eficaz contra os sorotipos 1 e 2 da doença, predominantes na epidemia de 2024. Os achados reforçam a importância de ampliar a vacinação no Brasil e no mundo, especialmente em áreas de alta transmissão e que necessitam de respostas rápidas devido a emergências.

A análise também apontou que a proteção da primeira dose diminui após 90 dias. Isso traz à tona a necessidade de completar o esquema de duas doses do imunizante para garantir a proteção prolongada.

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