O aumento nominal foi de 2,89% para a agricultura familiar e 1,49% para a empresarial. No entanto, a inflação acumulada em 2024, de 4,73%, supera esses reajustes.
Da Redação

O governo federal anunciou R$ 594,4 bilhões para o Plano Safra 2025/2026, destinado ao financiamento da agricultura brasileira. A Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) aponta que embora os valores apresentem aumento nominal em relação ao ciclo anterior, a não compensação da inflação e o encarecimento do crédito implicam uma perda real na capacidade de investimento dos produtores.
Do total, R$ 78,2 bilhões são direcionados à agricultura familiar e R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial. O aumento nominal foi de 2,89% para a agricultura familiar e 1,49% para a empresarial. No entanto, a inflação acumulada em 2024, de 4,73%, supera esses reajustes.
A Famasul destaca que para manter o poder de compra do ciclo anterior, os valores deveriam ser de no mínimo R$ 79,59 bilhões para a agricultura familiar e R$ 532,65 bilhões para a empresarial. Esta diferença sinaliza uma redução da capacidade de financiamento, em um contexto de custos de produção elevados.
A entidade lembra que além disso, as taxas de juros tiveram um aumento médio de dois pontos percentuais em relação ao ano passado, elevando o custo de acesso aos financiamentos.
A Famasul avalia que o Plano Safra, apesar do crescimento nominal, não assegura maior força financeira para os produtores. A demanda é por mais recursos e por políticas que fortaleçam a sustentabilidade da atividade rural, como o seguro rural. O montante de recursos destinado ao Programa de Seguro Rural (PSR) não foi divulgado neste Plano Safra, após cortes significativos registrados no saldo do ciclo anterior.