17/06/2025 06:18

Como o investidor pode ‘surfar’ a onda do PIB do Agro

Com o agronegócio crescendo 12,2% no 1º trimestre e puxando o PIB nacional para cima, brasileiros têm cada vez mais opções para investir no campo sem sair de casa. Conheça os principais instrumentos disponíveis no mercado.

Da Redação

O agronegócio segue como motor da economia brasileira. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor agropecuário cresceu 12,2% no primeiro trimestre de 2025, frente ao trimestre anterior, e foi o principal responsável por impulsionar o PIB total a 1,4% no período. Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o PIB nacional avançou 2,9%.

Apesar de tradicionalmente representar cerca de 6,5% do Produto Interno Bruto, o agro tem mostrado força extraordinária, impulsionado por uma supersafra de soja e pela resiliência do setor no cenário macroeconômico. Com esse desempenho, surge também uma pergunta: como o investidor pode aproveitar esse bom momento e aplicar no agronegócio?

A boa notícia é que, com o amadurecimento do mercado financeiro e o avanço de mecanismos de financiamento rural, é possível investir no agro sem sair de casa, por meio de instrumentos já disponíveis no mercado de capitais. A seguir, conheça as principais opções:

Formas de investir no agronegócio
FIAGRO (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais)
Os FIAGROs são fundos voltados ao setor agropecuário. Já existem 145 fundos ativos, com patrimônio líquido de R$ 47,7 bilhões – um crescimento de 204% desde março de 2023. Do total, 48% são da categoria FIAGRO-FIDC, voltados à aquisição de direitos creditórios do setor.

CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)
São títulos de crédito lastreados em recebíveis do campo, que oferecem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. O mercado de CRA cresceu 42%, atingindo a marca de R$ 156 bilhões.

FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios)
Os FIDCs compram recebíveis e podem ser direcionados especificamente ao agro. Esses fundos oferecem uma forma estruturada de investimento em cadeias produtivas por meio de contratos de crédito.

Outras alternativas
Instrumentos como LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), CPR (Cédula de Produto Rural), CPR-Verde e debêntures verdes também estão disponíveis e ganham destaque por fomentar práticas sustentáveis no campo.

Ações de empresas do agro
Ainda são poucas as companhias listadas na bolsa com foco no agronegócio, mas esse tipo de investimento permite exposição direta ao desempenho de grandes empresas do setor.

Ambiente regulatório e vantagens
Os ativos do agro são amparados por um ambiente regulatório sólido. O CRA, por exemplo, conta com segregação de risco fiduciário, garantindo maior segurança ao investidor. Já os FIAGROs e FIDCs são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que assegura transparência e governança.

Além disso, investir no agronegócio traz vantagens como diversificação de portfólio, exposição a um setor em crescimento estrutural, potencial de retorno competitivo e liquidez, seja em produtos de renda fixa ou variável.

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