17/06/2025 11:11

Indústria que poderá elevar PIB de MS em 5% será tema de audiência pública

Nova fábrica da Bracell, com investimento previsto de R$ 16 bilhões, terá impactos sociais, econômicos e ambientais debatidos em Bataguassu.

Da Redação

Secretário Jaime Verruck

O projeto de instalação da nova fábrica da Bracell, que promete impactar o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul em mais de 5%, será tema de audiência pública marcada para o próximo dia 29 de maio, às 19h, no Ginásio de Esportes do CEJA, em Bataguassu. O encontro, organizado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), é uma etapa obrigatória do processo de licenciamento ambiental do empreendimento e será aberto à população.

Com investimento estimado em R$ 16 bilhões — cerca de US$ 4 bilhões —, a nova planta industrial da Bracell terá capacidade de produção anual de até 2,92 milhões de toneladas de celulose. Segundo o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, trata-se de um marco para o Estado. “Estamos falando de uma indústria que sozinha pode gerar um impacto de até 5% no PIB de Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Durante a audiência, serão debatidos os dados do EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), que já está disponível no site do Imasul. A planta será instalada a aproximadamente 9 km da zona urbana e a 3,9 km do Rio Paraná, de onde será feita a captação de água para o processo produtivo — com a garantia de que 90% desse volume será tratado e devolvido ao rio.

Primeira linha de celulose solúvel no Estado

A fábrica contará com duas linhas de produção, sendo uma delas voltada à celulose solúvel, usada na fabricação de viscose para roupas — um produto com demanda crescente no mercado global. “É a primeira vez que teremos uma planta com essa tecnologia em Mato Grosso do Sul. A outra linha será da celulose convencional, usada na produção de papel e derivados”, explicou Verruck. “A capacidade instalada será superior à da unidade em Ribas do Rio Pardo”, comparou.

A base florestal necessária para sustentar a operação é estimada em 300 mil hectares de eucalipto, com um consumo anual de 12 milhões de metros cúbicos de madeira. O processo utilizará ainda insumos químicos como oxigênio, ácido sulfúrico e dióxido de cloro, entre outros.

Empregos e infraestrutura

A previsão é de que a obra gere 12 mil empregos no pico da construção e 2 mil postos permanentes na fase de operação. Dois alojamentos, com capacidade para 5 mil pessoas cada, serão construídos para acolher os trabalhadores. O cronograma de implantação é de 38 meses.

“A realização da audiência pública é uma etapa fundamental do processo de licenciamento. É a oportunidade que a sociedade civil tem de debater os impactos e contribuições desse empreendimento”, reforçou Verruck, que também preside o CECA (Conselho Estadual de Controle Ambiental). A análise do pedido de Licença Prévia pelo CECA está prevista para ocorrer a partir de junho, com possível emissão do documento até dezembro de 2025.

Protagonismo nacional

O secretário destacou ainda o ambiente favorável aos investimentos no setor florestal sul-mato-grossense. “Neste ano tivemos o lançamento da Arauco, em Inocência. Mato Grosso do Sul hoje detém 24% da produção nacional, possui a segunda maior área de eucalipto cultivado e lidera na produção de madeira para papel e celulose”, afirmou. “Isso mostra que temos segurança jurídica, infraestrutura e uma política ambiental eficiente, que tornam o Estado atrativo para grandes grupos globais.”

Serviço:

Audiência Pública Bracell – Bataguassu

📅 29 de maio, às 19h

📍 Ginásio de Esportes do CEJA – Av. Frei Luís, 533 – Residencial Modelo I

🔗 Inscrições: Clique aqui

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