Documento alinha ações, define mercados prioritários e fortalece a presença do destino sul-mato-grossense no cenário global.
Anderson Viegas
Em um movimento estratégico para ampliar a presença de Mato Grosso do Sul no cenário internacional, o Plano Brasis foi apresentado nesta terça-feira (11), na sede do Sebrae/MS, em Campo Grande. A iniciativa resulta de uma parceria entre Sebrae e Embratur, com apoio dos governos estaduais, e propõe uma política integrada de marketing turístico voltada para as vocações regionais e o fortalecimento dos destinos brasileiros no exterior.
Segundo a diretora técnica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha, o plano representa um avanço no alinhamento das políticas públicas e privadas voltadas ao turismo. “O Plano Brasis tem um refinamento técnico que alinha a nossa estratégia. Ele une Sebrae, Embratur e os governos estaduais numa única estratégia de promoção do nosso destino turístico. Então ele vem justamente para enriquecer e agregar muito valor”, explicou.
Ela destacou ainda que o documento tem o objetivo de otimizar recursos e garantir resultados efetivos. “Que a gente não passe a sobrepor recursos. Que o nosso investimento seja orientado por dados e por resultados. É um documento de altíssima qualidade”, afirmou.
Com histórico de atuação no setor desde 1992, o Sebrae tem contribuído com a inclusão dos pequenos negócios na cadeia produtiva do turismo de Mato Grosso do Sul. Amarilha reforçou que o trabalho envolve desde a capacitação de empreendedores até a qualificação de atrativos turísticos. “Nós trabalhamos a inclusão dos pequenos negócios nessa rica cadeia. Desde a gastronomia, da economia criativa, dos meios de hospedagem, dos atrativos. Trabalhando, capacitando para que eles de fato estejam aptos a receber toda essa demanda turística”, disse.
O diretor de Marketing Internacional e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis, destacou que o plano foi construído com base em uma metodologia que analisou mais de 32 variáveis de mercado. “O que a gente vai poder apresentar aqui hoje para fazer essa integração com o trade são os níveis de mercado que a gente está sugerindo para que o Mato Grosso do Sul tenha ações mais assertivas para o curto, para o médio e para o longo prazo”, afirmou.
Ele adiantou que os principais mercados definidos incluem América do Sul, Estados Unidos, Europa e Ásia. Reis explicou que o plano não se limita à escolha de países, mas define também os nichos de público a serem trabalhados. “A questão não é somente sobre o mercado, e sim qual é o nicho de público que a gente quer atingir desses mercados. Isso tudo está detalhado no plano, inclusive com uma lógica de negócios”, pontuou.
Segundo o diretor da Embratur, o documento representa uma evolução do Plano Aquarela, com uma abordagem voltada para resultados e negócios.
Reis também destacou o bom momento vivido pelo turismo brasileiro. “Pela primeira vez, em 60 anos de atuação da Embratur, nós passamos os 7 milhões de turistas internacionais. Isso aconteceu agora, em setembro, e em outubro já chegamos a 7 milhões e 600 mil. Essa meta, inclusive, ultrapassa o próprio plano nacional do turismo”, afirmou.
Segundo ele, o desafio agora é transformar esse crescimento em uma tendência de longo prazo, com trabalho conjunto e profissional entre Embratur, Sebrae e governos estaduais.
O diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling, por sua vez, afirmou que o estado já tem uma base sólida no turismo internacional, mas ainda há espaço para crescimento. “O Pantanal de Aquidauana e Miranda, onde estão as pousadas pantaneiras, é 70%, 75% turistas internacionais. Bonito já é o inverso, 80%, 85% nacionais. E Campo Grande segue essa mesma linha. Então, a gente tem muito para crescer no mercado internacional ainda”, destacou.
Wendling ressaltou que o foco do estado é o turismo sustentável, com ênfase em experiências autênticas e de alto valor agregado. “A gente não está focado em explodir números. A gente está aqui para aumentar tempo de permanência e ticket médio. E o turismo internacional é uma estratégia muito adequada e ajustada para esse tipo de meta”, explicou. Ele citou que os Estados Unidos, Chile, Argentina e países europeus estão entre os principais mercados-alvo.
