Expansão de frigoríficos, novas granjas, cooperativas e a inauguração da Agroceres PIC consolidam o Estado como nova fronteira da produção de carne suína no Brasil.
Da Redação

Mato Grosso do Sul atravessa um momento de grande expansão na suinocultura, setor que já movimenta mais de R$ 32 bilhões por ano e gera 32 mil empregos diretos. Em 2024, o Estado registrou o abate de mais de 3,39 milhões de suínos, volume equivalente a 315 mil toneladas de carne suína, segundo dados da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas). A expectativa é de que esse número cresça 10% em 2025, impulsionado por novos investimentos e pela estruturação completa da cadeia produtiva.
“O setor está em franco crescimento, com avanços importantes na produção, na industrialização e agora também na genética”, afirmou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Indústrias dobram capacidade de abate
O destaque entre os investimentos industriais é a ampliação da planta da Seara (JBS) em Dourados, que está dobrando sua capacidade de abate: de 5 mil para 10 mil suínos por dia. Outro avanço significativo vem da unidade da Aurora, em São Gabriel do Oeste, que está em fase final de expansão e passará de 3 mil para 5 mil abates diários até o fim do ano.
Genética
Outro marco para o setor foi a inauguração, em novembro do ano passado, da Unidade de Disseminação de Genes (UDG) da Agroceres PIC em Campo Grande. A empresa é líder nos mercados de genética suína do Brasil e da Argentina e, com a nova unidade, fortalece sua presença produtiva no Centro-Oeste, considerado estratégico para o crescimento do setor.
Essa é a primeira planta de distribuição de sêmen suíno instalada em Mato Grosso do Sul, e simboliza o avanço da genética e da inovação na suinocultura estadual. “Trouxemos a Agroceres para cá exatamente com essa visão de preencher uma lacuna na cadeia. A genética é um elo essencial, e agora passamos a dominar mais essa etapa da produção dentro do Estado”, destacou o secretário.
Perspectiva de novas plantas e exportações em alta
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com três frigoríficos de suínos em operação, mas já há tratativas para a instalação de uma nova unidade no sul do Estado. “Estamos fechando acordo com mais uma indústria de abate. Há espaço de mercado e capacidade produtiva. Mato Grosso do Sul está preparado para esse avanço”, afirmou Verruck.
O setor também vem ganhando destaque nas exportações. O Estado ocupa hoje a 6ª posição no ranking nacional de exportações de carne suína, com perspectivas de subir para a 5ª colocação ainda em 2024, segundo a Famasul. O valor exportado já supera US$ 37,9 milhões anuais.