Com apoio do Sebrae, Flowix representa o estado em um dos maiores eventos de tecnologia do mundo.
Da Redação
Uma tecnologia desenvolvida em Mato Grosso do Sul ganhou destaque internacional neste mês de outubro. A Flowix, startup criada pela empresa de tecnologia Before, de Campo Grande, foi a única representante do estado na GITEX Expand North Star 2025, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O empreendimento transforma imagens de câmeras de segurança em dados estratégicos sobre o comportamento dos consumidores e foi selecionado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Sebrae, para integrar a missão brasileira em um dos maiores encontros de inovação do mundo.
“É muito legal representar o nosso estado em uma vitrine global, porque sabemos que aqui em Mato Grosso do Sul existem muitas empresas boas. Ser essa referência é gratificante, porque conseguimos atrair os olhares para o nosso estado e mostrar que temos potencial, gente boa e empresas que não deixam nada a desejar em relação aos grandes centros de inovação. Para mim, é especial também ter a oportunidade de mostrar para as pessoas daqui o nosso trabalho. Ainda temos poucos clientes locais, e esse tipo de reconhecimento ajuda a dar visibilidade”, afirma o empresário Marcelo Zucareli, um dos idealizadores da startup.
A trajetória da Flowix começou quando o empresário identificou a ausência de ferramentas precisas para acompanhar a jornada do cliente em lojas físicas. Diretor-executivo e cofundador da Before, ele e sua equipe uniram conhecimento técnico e demanda de mercado para desenvolver a solução. A tecnologia utiliza inteligência artificial para analisar a jornada de compra e o perfil dos clientes, mapeando dados como gênero, faixa etária, humor, tempo de permanência e áreas mais visitadas da loja. A partir dessas informações, os lojistas conseguem tomar decisões mais assertivas, melhorar a experiência de compra e aumentar a conversão de vendas.
Segundo o empreendedor, o projeto nasceu em 2019, a partir de uma pesquisa desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e foi apresentado oficialmente em 2024, em uma feira em São Paulo, dentro da loja conceito de uma marca de chocolates. “Mostramos em tempo real as áreas mais felizes da loja, o caminho percorrido pelos clientes e a atratividade do espaço. A repercussão foi muito positiva, com destaque para a parte de detecção de humor das pessoas”, relata Marcelo.
A inovação se diferencia de outros sistemas de contagem de fluxo no varejo por utilizar câmeras já existentes nas lojas, o que evita custos adicionais com sensores. Essa abordagem torna o processo mais acessível e humanizado, oferecendo uma compreensão detalhada do comportamento do consumidor. “Conseguimos medir quantas pessoas passam em frente à loja, quantas entram, quem foi impactado pela vitrine e decidiu entrar. Dentro da loja, identificamos o perfil, o estado emocional e o tempo de permanência. Geramos mapas de calor que mostram as áreas mais atrativas e as que precisam de atenção. Por isso, sempre reforço que entregamos muito mais que contagem: fornecemos o comportamento e o perfil completo do cliente”, explica o empresário.
A participação na GITEX consolidou a trajetória da Flowix em direção ao mercado internacional. A jornada da empresa com o Sebrae/MS começou no início deste ano, quando participou do Prêmio Sebrae Startups e foi classificada entre as 100 melhores do país. O relacionamento gerou novas oportunidades de negócios e conexões, principalmente por meio do Living Lab MS (Laboratório de Inovação e Prototipagem).
O empresário acredita que a Flowix pode contribuir para tornar o varejo físico mais competitivo frente ao digital, oferecendo experiências personalizadas e dados estratégicos para decisões comerciais. “Nosso objetivo inicial é otimizar a gestão das lojas para que elas consigam proporcionar melhores experiências e aumentar a rentabilidade do varejo físico, que tem enfrentado muitos desafios nos últimos anos. Mas isso vai além: o varejo tem uma capilaridade enorme e, ao fortalecê-lo, conseguimos gerar um impacto positivo em diversos outros setores da economia. É um efeito em cadeia que pode beneficiar muitas pessoas”, conclui Marcelo.
