05/10/2025 15:14

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Startup apresenta no EmpreendeFest bioinsumo de bactéria do Pantanal que pode reduzir em até 75% o uso de fertilizantes químicos

Produto desenvolvido por pesquisadores está em fase de testes e a previsão é que chegue ao mercado em até três anos, após validação e registro no Ministério da Agricultura.

Anderson Viegas

Doutora Fabiana Fonseca Zanoello, professora da UFMS, apresentou no EmpreendeFest o bioinsumo Azo-bio, desenvolvido a partir de bactéria isolada no Pantanal. (Foto: Anderson Viegs/Made in MS).

A startup Nativa Biotech, formada por biólogos e um agronômo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), apresentou nesta quinta-feira (2), no EmpreendeFest, realizado no Bosque Expo em Campo Grande, um bioinsumo desenvolvido a partir da bactéria Azospirillum brasiliense, isolada há 18 anos no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá. O produto, batizado de Azo-bio, tem potencial para reduzir em até 75% a necessidade do uso de fertilizantes químicos na fixação de nitrogênio.

De acordo com a professora da UFMS e uma das integrantes da startup, doutora Fabiana Fonseca Zanoello, a bactéria promove o crescimento e o desenvolvimento das raízes, além de solubilizar nutrientes, proteger as plantas contra estresse climático e tolerar altas temperaturas e períodos de seca. “Ela não substitui 100% o fertilizante químico, mas quando utilizada em associação já conseguimos reduzir de forma significativa a quantidade aplicada, trazendo economia para o produtor e menor impacto ambiental”, explicou.

Azo-bio é um bioinsumo desenvolvido a partir da bactéria Azospirillum brasiliense, isolada há 18 anos no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá (Foto: Anderson Viegas/Made in MS).

O Azo-bio já foi testado em gramíneas, milho, abacaxi, hortaliças e eucalipto, obtendo resultados expressivos. Segundo a pesquisadora, em soja os estudos foram realizados com outro bioinsumo à base de fungo, também desenvolvido pela equipe, e que apresentou bons resultados na redução da fertilização de fosfato. “Já repetimos experimentos em campo por dois anos consecutivos e validamos a eficácia. Agora trabalhamos para avançar na formulação e no processo de registro junto ao Ministério da Agricultura”, detalhou.

O bioinsumo está em fase de validação e escalonamento de produção. Para garantir a durabilidade e a estabilidade da bactéria, os testes envolvem parâmetros como tempo de prateleira e resistência às condições de armazenamento. “Estamos otimistas de que, em dois a três anos, o Azo-bio esteja disponível no mercado. Para isso, é essencial a repetição dos experimentos e a burocracia necessária para o registro no MAPA”, destacou a professora. A expectativa da startup é consolidar parcerias com produtores rurais em diferentes regiões do estado para validar o produto em larga escala. “Precisamos mostrar ao agricultor que funciona na prática. Não basta falar, é necessário que ele veja os resultados em sua lavoura”, afirmou Fabiana.

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