Com o fim do vazio sanitário, Aprosoja/MS projeta crescimento de 5,9% na área cultivada, aumento de produtividade e produção 8,1% superior à safra anterior.
Anderson Viegas

O cultivo da safra 2025/2026 de soja está liberado em Mato Grosso do Sul a partir desta terça-feira (16), com o fim do vazio sanitário no dia anterior. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), a nova temporada deve registrar um incremento de 5,9% na área cultivada, saltando de 4,590 milhões de hectares do ciclo passado para 4,790 milhões de hectares.
Esse aumento de 200 mil hectares representa uma expansão territorial maior do que toda a cidade de São Paulo, cuja área é de 152.120 hectares, ou 1.521,202 quilômetros quadrados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da ampliação da área cultivada, a Aprosoja/MS projeta um ganho de produtividade de 2%, passando de 51,79 sacas por hectare para 52,8 sacas por hectare.
Com mais área e melhor desempenho das lavouras, a produção de soja no estado deve crescer 8,1%, chegando a 15,2 milhões de toneladas, contra 14 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior. Esse incremento de 1,2 milhão de toneladas equivale a 38,7% de toda a safra de soja prevista para o Uruguai no ciclo 2025/2026, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
“Mato Grosso do Sul vive uma expansão consistente da soja, fruto da dedicação dos produtores e do uso crescente de tecnologias de manejo. Entretanto, sabemos que o clima será determinante para transformar esse potencial em realidade. O planejamento e a adoção de práticas modernas serão fundamentais para garantirmos os resultados esperados e para consolidar a força do nosso Estado no cenário nacional”, afirmou o presidente da AProsoja/MS, Jorge Michelc.
O coordenador técnico da associação, Gabriel Balta, avalia que a estimativa marca um ciclo de recuperação após oscilações em safras recentes. Segundo ele, o produtor tem investido em variedades mais adaptadas e estratégias de manejo, superando adversidades. Balta alerta, porém, que a confirmação das projeções depende de condições climáticas dentro da normalidade.
Outro ponto de atenção é o custo de produção, em razão dos aumentos nos fertilizantes e defensivos. De acordo com a Aprosoja/MS, o fosfato monoamônico (MAP Purificado), um dos fertilizantes mais utilizados no cultivo de soja no país, registrou alta de 44% no ciclo, impactando diretamente a formação de preços e a margem do produtor.