Reconhecido como patrimônio cultural imaterial, prato tradicional da cidade combina sabor e história, mas requer cuidados na preparação para uma dieta balanceada.
Da Redação

Campo Grande comemora, nesta terça-feira (26), mais um aniversário como uma das cidades mais acolhedoras e dinâmicas do Brasil. E um dos maiores símbolos da Capital sul-mato-grossense é, sem dúvida, o sobá, prato tradicional que carrega não apenas o sabor, mas também a história da imigração japonesa e a adaptação das culturas que marcaram a cidade. Reconhecido oficialmente em 2006 como Patrimônio Cultural Imaterial de Campo Grande, o sobá se tornou referência gastronômica e está presente no cotidiano da cidade, especialmente na Feira Central, onde os moradores e turistas se deliciam com sua receita única.
A receita, simples, mas cheia de significado, leva macarrão de trigo servido em caldo quente, com carnes (bovina, suína ou de frango) em tiras ou cubos, omelete cortada em tiras e cebolinha fresca. Algumas versões incluem legumes como cenoura, acelga ou repolho, que enriquecem o prato tanto no sabor quanto no valor nutricional. Com isso, o sobá pode ser considerado uma refeição relativamente completa. Uma porção média de 400 gramas contém entre 450 e 500 calorias, o que o torna uma opção energética, ideal tanto para o almoço quanto para o jantar.
Do ponto de vista nutricional, o prato é uma boa fonte de proteínas de alto valor biológico, provenientes das carnes e do ovo, e de carboidratos, que garantem energia para o dia a dia. Além disso, os legumes e a cebolinha, presentes em algumas versões, fornecem vitaminas, minerais e fibras. No entanto, o prato exige atenção quanto ao preparo do caldo, que, tradicionalmente, leva shoyu e outros temperos concentrados.
De acordo com a nutricionista Maria Tainara Soares Carneiro, da Estácio Campo Grande, o excesso de sódio no sobá pode ser um problema para quem precisa controlar a ingestão de sal. “É importante ficar atento ao consumo de sódio. Para você ter uma ideia, três colheres de sopa de shoyu já equivalem a toda a quantidade diária recomendada de sódio pela Organização Mundial da Saúde. Uma alternativa é optar pelo shoyu light, que tem redução no teor de sódio”, alerta a especialista.
Além disso, a presença de macarrão refinado, que é a base do prato, pode diminuir o teor de fibras na refeição. Para compensar isso, a nutricionista sugere incluir mais vegetais ou outros acompanhamentos ricos em fibras, equilibrando ainda mais o prato. Com pequenas adaptações, como o uso de shoyu light ou a adição de mais legumes, o sobá pode se encaixar bem em uma dieta saudável.
O sobá não é apenas uma refeição, mas um símbolo da fusão cultural que caracteriza Campo Grande. Desde sua chegada ao Brasil, trazido por imigrantes de Okinawa no início do século XX, o prato se transformou e se adaptou à realidade local, criando uma identidade própria. No aniversário da cidade, comemorado neste 26 de agosto, o sobá reforça seu status de patrimônio cultural imaterial, celebrando a diversidade e a tradição da capital sul-mato-grossense.