18/09/2025 21:19

18/09/2025 21:19

Reajuste do salário mínimo previsto para 2026 é criticado por FCDL-MS

Com valor fixado em R$ 1.631, novo piso nacional tem aumento marginal frente à inflação e acende alerta sobre defasagem diante do custo real de vida.

Da Redação

Com reajuste abaixo da inflação, salário mínimo previsto para 2026 não cobre sequer as despesas básicas de grande parte dos brasileiros (Foto: Freepik).

O reajuste do salário mínimo previsto no Orçamento de 2026 para R$ 1.631 mensais, com aumento de 7,44%, foi recebido com críticas por entidades que representam o comércio em Mato Grosso do Sul. Embora tecnicamente acima da projeção inicial de R$ 1.630 apresentada em abril no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), o acréscimo é considerado insuficiente frente à inflação e ao encarecimento do custo de vida.

A fórmula de correção do piso nacional considera a variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescida do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Em 2024, o PIB cresceu 3,4%, mas, segundo o novo teto estabelecido pelo Ministério da Fazenda, o ganho real incorporado ao salário mínimo será limitado a até 2,5%.

Para a presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS), Inês Santiago, o valor estipulado não cobre nem as necessidades mais básicas da população. “Com R$ 1.631 por mês, o trabalhador não consegue cobrir sequer suas despesas básicas. Esse reajuste tímido evidencia o descompasso entre o salário mínimo e o custo real de vida, prejudicando não apenas quem depende do piso, mas também o comércio, que sofre com a queda do poder de compra da população”, afirmou.

Ela defende que um piso nacional mais robusto é essencial não apenas para a dignidade dos trabalhadores, mas também para o fortalecimento da economia local. “É urgente que o governo adote políticas que valorizem de forma efetiva o trabalhador e garantam o consumo interno, base da economia”, completou.

O aumento de 7,44% também é inferior ao reajuste concedido no período anterior, entre 2024 e 2025, que foi de 7,5%. Na prática, a alta não representa ganho real significativo e, segundo especialistas, tende a manter pressionado o orçamento de famílias que vivem com o mínimo e comprometem a maior parte da renda com alimentação, transporte, moradia e saúde.

A discussão sobre a política de valorização do salário mínimo deve seguir no Congresso nos próximos meses, no contexto de medidas de contenção de gastos e metas fiscais estabelecidas pela equipe econômica federal.

Compartilhe:

Útimas notícias

plugins premium WordPress