05/11/2025 20:06

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Pesquisadora Mariana de Aragão Pereira é a primeira mulher a assumir a chefia-geral da Embrapa Gado de Corte

Profissional com mais de 20 anos de experiência na instituição tomará posse no dia 1º de janeiro de 2026, em Campo Grande

Da Redação

Pesquisadora Mariana de Aragão Pereira será a primeira mulher a comandar a Embrapa Gado de Corte, unidade referência em pesquisa pecuária no país. (Foto: Embrapa/Divulgação).

Pela primeira vez em 50 anos, a Embrapa Gado de Corte, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) localizada em Campo Grande (MS) e vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), será chefiada por uma mulher. A pesquisadora Mariana de Aragão Pereira foi escolhida, após processo seletivo interno, como nova chefe-geral do Centro de Pesquisa. Ela tomará posse no dia 1º de janeiro de 2026 para um mandato de dois anos, renovável por igual período.

Paulista de Campinas, Mariana é zootecnista formada pela Universidade Federal de Viçosa (MG), onde também concluiu o mestrado em Economia Aplicada. Em 2010, obteve o doutorado em Agricultural Management pela Universidade de Lincoln, na Nova Zelândia. Ingressou na Embrapa em 2001 e atuou inicialmente na rede de Socioeconomia da sede, em Brasília (DF), e depois na unidade de Gado de Corte, em Mato Grosso do Sul.

Com perfil técnico e gerencial, ela se destacou por trabalhos em análises econômicas, avaliação de impacto de tecnologias e capacitação em gestão pecuária. Ao lado dos pesquisadores Ivo Cezar (in memoriam) e Fernando Paim, contribuiu para o desenvolvimento de ferramentas gerenciais voltadas à pecuária, como Controlpec, Gerenpec e CustoBov, amplamente utilizadas por produtores e consultores.

Mariana também foi pioneira no uso de metodologias inovadoras de pesquisa, como a Q-methodology e o Modelo Árvore de Decisão Etnográfica, aplicadas em estudos agropecuários que consideram os aspectos psicossociais dos produtores rurais na tomada de decisão.

Nos últimos anos, intensificou sua atuação em análises econômicas de tecnologias e sistemas de produção, com destaque para as avaliações de impacto que compõem o Balanço Social da Embrapa. Desde 2020, coordena o Programa Nacional de Boas Práticas Agropecuárias (BPA), com a missão de reestruturá-lo e ampliar sua adoção no campo. No mesmo período, passou a supervisionar o Grupo de Pesquisa em Sistemas de Produção.

A pesquisadora também tem presença ativa no cenário internacional. Desde 2019, representa o Brasil e a América do Sul no Conselho da International Farm Management Association (IFMA). Em 2024, passou a integrar o Conselho Científico da World Farmers Organization (WFO), sendo a única brasileira entre os membros. No mesmo ano, tornou-se parte do Enrich in LAC, rede que aproxima parceiros latino-americanos e europeus para cooperação e mobilidade científica.

Para liderar a unidade, que celebra meio século de atuação em 2025, Mariana estruturou seu plano de trabalho em quatro pilares: sustentabilidade, inovação, capacitação e transformação digital. A cerimônia de transmissão de cargo será realizada no início de 2026, em evento presencial, com a participação de Antonio do Nascimento Ferreira Rosa, atual chefe-geral da unidade desde 2020.

A escolha da nova gestora resultou de um processo de seleção iniciado em julho de 2025, regulamentado por resolução normativa e edital publicados no Boletim de Comunicações Administrativas da Embrapa (BCA) nº 30, de 9 de julho de 2025. O procedimento envolveu análise curricular, apresentação e defesa de proposta de trabalho e entrevista.

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