Dos 78 municípios que cultivaram soja no ciclo, 30 apresentaram produtividade acima da média estadual, enquanto 48 ficaram abaixo do patamar de 51,79 sc/ha.
Da Redação
Mato Grosso do Sul colheu 14,06 milhões de toneladas de soja na safra 2024/2025, registrando a segunda maior produção de sua história, mesmo com adversidades climáticas que afetaram mais da metade das lavouras, segundo dados do Sistema de Informação Geográfica (SIGA), da Aprosoja/MS, Sistema Famasul e governo do estado.
A área cultivada com o grão alcançou 4.524.830 hectares, um crescimento de 6,8% em relação ao ciclo anterior. A produtividade média ponderada ficou em 51,79 sacas por hectare, resultado abaixo do recorde da safra 2022/2023, mas dentro da expectativa inicial dos técnicos.
Produtividade desigual entre os municípios
Dos 78 municípios que cultivaram soja no ciclo, 30 apresentaram produtividade acima da média estadual, enquanto 48 ficaram abaixo do patamar de 51,79 sc/ha. O campeão de produtividade foi Alcinópolis, com 81,61 sacas por hectare, cultivando 9.661 hectares. Já o município com maior produção absoluta foi Maracaju, que colheu 1,52 milhão de toneladas em uma área de 353 mil hectares, com média de 72,06 sacas por hectare..
Clima impactou mais de 50% da área plantada
A irregularidade das chuvas foi o principal fator limitante da produtividade. Entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, período crítico para o enchimento de grãos, a estiagem foi severa nas regiões Sul e Central. Estima-se que cerca de 2,33 milhões de hectares – 52% da área total cultivada – tenham sido afetados por estresse hídrico, especialmente nas lavouras semeadas entre setembro e meados de outubro.
Avanço da irrigação e desafios à frente
A irrigação se mostrou uma importante aliada da produtividade. Municípios como Ribas do Rio Pardo, Selvíria, Três Lagoas, Paranaíba e Água Clara, onde a maior parte da produção é irrigada, apresentaram produtividades acima da média estadual. Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas e incentivos para a expansão dessa tecnologia em outras regiões do estado.
Perspectiva para o futuro
Apesar do impacto climático, a safra reforça o potencial produtivo de Mato Grosso do Sul e a resiliência dos produtores rurais. Especialistas alertam, no entanto, que é fundamental investir em tecnologias, capacitação e práticas sustentáveis, especialmente nos municípios com grande área cultivada e produtividade abaixo do esperado, como Dourados, Sidrolândia e Ponta Porã.
Com o desempenho de 2024/2025, o estado consolida-se como um dos principais produtores de soja do país, mantendo uma trajetória de crescimento sustentado, mesmo diante dos desafios climáticos e de mercado.
