Evento celebra 21 anos de arte na fronteira.
Da Redação
O Moinho in Concert 2025, espetáculo que marca o encerramento do ano do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, promete uma experiência sensorial e simbólica que conecta arte, ancestralidade e autoconhecimento. Inspirado nos caminhos sagrados do Peabiru — trilhas ancestrais percorridas por povos originários em busca da mítica “Terra Sem Mal” — o espetáculo deste ano propõe ao público uma travessia entre o real e o imaginário, entre a memória e o sonho.
Com estreia marcada para dezembro, a montagem celebra os 21 anos do Instituto e envolve mais de 500 participantes, entre integrantes da orquestra ao vivo, bailarinos, educadores e as crianças e adolescentes atendidos pelo Moinho. A narrativa se constrói por meio da música, da dança e de elementos visuais que remetem à espiritualidade indígena e à busca por um futuro mais justo, sensível e coletivo.
Neste ano, as tradicionais amarelinhas — jogos infantis marcados no chão — ganham novos sentidos e formatos. Representadas em coreografias inspiradas em variantes como a forma de caracol e a cruzada, tornam-se metáforas de caminhos internos, desafios e conquistas. “Quando colocada em pé, a amarelinha vira um totem. É símbolo de passagem, de transcendência. No palco, ela representa o jogo da vida, os passos rumo ao céu, à floresta, ao sonho de uma Terra Sem Mal”, explica Márcia Rolon, diretora do Instituto Moinho Cultural.
O espetáculo também contará com registros reais de sonhos, desenhos e narrativas dos participantes, coletados ao longo do ano, e dialogará com a obra do artista visual Leoni Antequera. Boliviano radicado em São Paulo, Leoni trabalha com materiais orgânicos e simbologias indígenas para provocar reflexões sobre identidade, pertencimento e resistência. “Meu Peabiru é esse caminho físico e espiritual. É o equilíbrio entre os saberes dos povos e a sabedoria da natureza. Caminhar é existir com consciência”, define o artista.
Mais do que um encerramento festivo, o Moinho in Concert 2025 propõe uma reflexão sobre as jornadas individuais e coletivas. “Queremos que cada pessoa pense sobre o seu próprio Peabiru — esse percurso que todos fazemos em direção ao que desejamos ser. É uma provocação artística e afetiva sobre como podemos cultivar, hoje, os caminhos para um futuro mais sensível e humano”, afirma Márcia.
A apresentação será transmitida em rede aberta e ficará disponível posteriormente no canal oficial do Instituto no YouTube, ampliando o alcance dessa celebração que une arte, infância, cultura e transformação social na região de fronteira.
