16/12/2025 21:13

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Mais de 100 mil pessoas são prejudicadas diretamente com greve do transporte coletivo de Campo Grande.

A paralisação, que tem como motivo o atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas dos motoristas, levanta questões sobre a situação do sistema de transporte da cidade, que enfrenta sérios problemas estruturais e de gestão.

Da Redação

Ônibus parados em garagem de uma das empresas do transporte coletivo de Campo Grande nesta segunda-feira (15) (Foto: Vereadora Luiz Ribeiro/Divulgação).

A greve no transporte coletivo de Campo Grande, deflagrada nesta segunda-feira (15), paralisou totalmente o serviço, afetando mais de 100 mil usuários. A paralisação, que tem como motivo o atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas dos motoristas, levanta questões sobre a situação do sistema de transporte da cidade, que enfrenta sérios problemas estruturais e de gestão.

A reivindicação dos trabalhadores é clara: pagamento integral dos salários de novembro, 13º salário e adiantamento do pagamento do mês de dezembro. De acordo com a vereadora Luiza Ribeiro (PT), que apoia o movimento, é inaceitável que o Consórcio Guaicurus, responsável pelo serviço, alegue falta de condições financeiras, considerando os repasses do poder público.

A Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, afirma que mantém em dia os pagamentos ao consórcio, e que a concessionária é que não cumpriu com suas obrigações com os funcionários, causando uma situação de caos para a população que depende do transporte público.

A greve, que interrompeu a circulação dos ônibus, foi determinada após a insatisfação crescente entre os motoristas com os atrasos recorrentes nos salários.

O Consórcio Guaicurus informou que pagou 50% dos valores devidos, o que não foi suficiente para resolver a crise. A empresa, que já arrecadou mais de R$ 1,8 bilhão desde que assumiu a concessão, foi alvo de investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal neste ano.

O relatório final dos trabalhos apontou falhas graves, como a idade avançada da frota, com 300 dos 460 ônibus fora do limite de idade estipulado por contrato. Além disso, muitos veículos estão em estado crítico, com reclamações de usuários sobre superlotação, veículos quebrados e a falta de manutenção.

Em resposta à greve, a Justiça do Trabalho determinou que o sindicato dos trabalhadores mantenha pelo menos 70% da frota circulando durante a paralisação. Caso o sindicato não cumpra a decisão, uma multa diária de R$ 20 mil será aplicada.

A vereadora Luiza Ribeiro, durante visita à garagem do Consórcio Guaicurus, destacou que a situação é insustentável e que a Prefeitura precisa tomar medidas mais enérgicas para garantir que a população não continue sendo prejudicada.

O vereador Ronilço Guerreiro (PSDB) também reforçou a necessidade de buscar alternativas ao monopólio do transporte coletivo na cidade, sugerindo que o sistema não pode continuar dependente de uma única empresa que demonstra falhas em sua operação.

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