05/12/2025 06:07

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Jovens transformam antigo lixão de Ponta Porã em floresta urbana em formação e vencem prêmio do Senar/MS

Projeto do grupo Agrofronteiras alia recuperação ambiental, educação e mobilização social, e conquista o primeiro lugar no Jovem Sucessor Rural 2025.

Da Redação

Agrofronteiras apresentou o melhor projeto dentre os oito participantes do Jovem Sucessor Rural deste ano. (Foto: Divulgação).

Um antigo lixão desativado de Ponta Porã, antes marcado por resíduos, mau cheiro e solo degradado, começou a se transformar em uma área de floresta urbana após o desenvolvimento de um projeto de reflorestamento conduzido pelo grupo Agrofronteiras. A iniciativa foi a vencedora da edição 2025 do Jovem Sucessor Rural, programa pioneiro do Senar/MS voltado à formação de novas lideranças para o campo. O trabalho uniu recuperação ambiental, educação, identidade cultural e mobilização social, resultado de planejamento técnico e parcerias institucionais articuladas a partir da formação oferecida pelo curso.

O representante do grupo, Ronaldo Gonçalves, explicou que o projeto superou as expectativas da equipe ao envolver estudantes, escolas, poder público e sociedade civil. “O resultado ficou muito maior do que imaginávamos. Conseguimos recuperar parte da área, envolver escolas, trazer estudantes de agronomia, mobilizar poder público e sociedade civil. O resultado não é só ambiental, é social, educativo e cultural. Foi extremamente gratificante ver tudo isso acontecer”, afirmou.

A decisão de atuar no lixão ocorreu quando os jovens souberam que a área estava em processo de desativação. Uma visita técnica inicial serviu para avaliar o nível de degradação e a viabilidade de recuperação. Em seguida, eles iniciaram pesquisas para identificar espécies nativas adequadas a um solo compactado, repleto de entulhos e com baixa retenção de água. O primeiro plantio, realizado com mudas de ipê, evidenciou a dimensão do desafio enfrentado pelo grupo, segundo Gonçalves.

O Sindicato Rural de Ponta Porã passou a apoiar a iniciativa, permitindo que o projeto fosse apresentado a órgãos públicos e parceiros estratégicos. As doações de mudas, ferramentas, insumos, o uso de hidrogel para retenção hídrica e o terraceamento do terreno contribuíram para melhorar as condições do reflorestamento. O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul também se integrou ao trabalho, envolvendo professores e acadêmicos de agronomia no processo de plantio e transformando a ação em uma atividade prática.

O grupo optou por espécies nativas e adaptadas ao bioma local, priorizando plantas de alto potencial para recuperação do solo, como pata-de-vaca e moringa. A erva-mate também foi escolhida, tanto pela resistência quanto pelo valor histórico e cultural para a cidade fronteiriça, conhecida como a “Princesinha dos Ervais”. Segundo os integrantes, a iniciativa mobilizou moradores, estudantes e instituições, ampliando o debate sobre descarte de resíduos, degradação ambiental e o papel da juventude rural em ações de impacto social.

Para Gonçalves, o avanço do reflorestamento simboliza mais que a recuperação física do espaço. “Ver mudas novas ganhando vida ali dá a sensação de que estamos devolvendo dignidade para o espaço. É um sentimento de esperança, de transformação real. Como grupo jovem, sentimos que deixamos uma marca positiva para o futuro da cidade”, destacou.A conquista do primeiro lugar no Jovem Sucessor Rural 2025 foi recebida como reconhecimento do esforço coletivo. Os próximos passos incluem a formalização da associação, a ampliação do reflorestamento e a transformação da área em um projeto permanente para o município.

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