24/10/2025 13:53

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Evento debate emergências climáticas e protagonismo dos movimentos sociais

As emergências climáticas já não são uma ameaça distante, elas estão transformando o presente e impactando profundamente a saúde e as condições de vida das populações. Secas, enchentes e ondas de calor extremo têm revelado, de forma cada vez mais evidente, que a crise ambiental é também uma crise social e sanitária, que exige respostas urgentes, solidárias e democráticas.

É diante desse cenário que o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde (MapaMovSaúde) e a Cooperação Social da Presidência da Fiocruz promovem, nos dias 30 e 31 de outubro, os Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular, no Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador (BA).

O evento reunirá pesquisadores, trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e militantes de movimentos sociais para discutir um dos temas mais urgentes do nosso tempo: os impactos das emergências climáticas sobre a saúde e o bem-estar da população.

Em meio à intensificação dos desastres ambientais e à desigualdade social crescente, o encontro propõe refletir sobre como o SUS, o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira e demais movimentos sociais podem responder aos desafios que ameaçam a vida em seu sentido mais amplo.

“O colapso climático não é uma possibilidade futura, ele já está em curso. Diante dessa realidade, torna-se urgente que nos reunamos para pensar coletivamente os caminhos da luta por uma vida digna, especialmente frente ao avanço das políticas neoliberais que aprofundam desigualdades e ameaçam direitos”, destaca o presidente do Cebes, Carlos Fidelis.

Protagonismo dos movimentos sociais e articulação com a ciência

Para o enfrentamento a esses males, a autonomia dos movimentos sociais se faz fundamental, bem como a capacidade de diálogo de lideranças dos territórios com a comunidade científica comprometida com a justiça social. Promover esses dois pilares – autonomia e diálogo – são os objetivos do evento, aproximando e articulando organizações para o debate das questões mais candentes dos movimentos sociais e das lutas por justiça climática e ambiental e pela democracia.

“O movimento social, especialmente o da saúde, é muito expressivo e enraizado na sociedade brasileira, e nada mais importante conhecer quem somos, onde estamos e o que estamos fazendo”, explica a coordenadora do MapaMovSaúde, Lucia Souto. “Em Salvador, vamos realizar conjuntamente essa primeira edição dos Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular, que reunirá debates junto a uma oficina territorial com os movimentos sociais da Bahia, para potencializar e estimular essa exuberante presença e atuação e ampliar nossa vocalização por uma democracia participativa na internet, uma arena cada vez mais estratégica”.

“Na Cooperação Social, utilizamos a metodologia do Modo de Agir em Cooperação Social a partir da Fiocruz, uma instituição de excelência em pesquisa, ensino e produção de ciência. Afirmamos que é possível conduzir iniciativas que dialogam diretamente com movimentos sociais e com o território, numa perspectiva  de construção compartilhada do conhecimento promovendo a valorização do conhecimento produzido nesses territórios e coletivos”, destaca o coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, Leonídio Santos. “A partir dessa metodologia, conseguimos aproximar esses dois mundos que, aparentemente, são tão distantes. Alinhamos e articulamos o conhecimento sistematizado e historicamente construído pela humanidade com o conhecimento das camadas populares e dos territórios periféricos. Para a Cooperação Social, isso é fazer ciência cidadã e dialoga diretamente com o desenvolvimento de iniciativas no campo da tecnologia social em saúde”.

O evento será realizado no Auditório ISC/UFBA e conta com o apoio da Escola de Enfermagem da UFBA e do Conselho Nacional de Saúde (CNS). “Esta iniciativa vem para ampliar a facilitar a interseccionalidade entre as entidades do território nacional, entre essas entidades, as representadas no CNS”, reforça a conselheira nacional de saúde, Heliana Emetério. “Para nós, conselheiros nacionais de saúde, será uma atividade de extrema importância”. 

Confira a programação completa no Portal Fiocruz.

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