Maior estádio do Estado, fundado na década de 70 e palco de grandes jogos, o Morenão – embora esquecido por muito tempo – está perto de um novo capítulo. Audiência pública realizada esta semana, na Alems (Assembleia Legislativade Mato Grosso do Sul), discutiu o processo de reabertura.
Em seguida, uma nova reunião de trabalho foi agendada para o dia 1º de julho, reunindo representantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, clubes e a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul).
“O objetivo é claro: superar os entraves burocráticos e discutir soluções práticas para devolver ao futebol sul-mato-grossense o direito de jogar em casa”, disse Pedrossian Neto.
Durante a audiência, Saulo Moreira, presidente da Comissão de Acompanhamento da Concessão do Estádio Morenão, representando a UFMS, informou que o Conselho Diretor da universidade aprovou, por meio da Resolução 519, de 5 de dezembro de 2024, o convênio de delegação de concessão para que o Governo do Estado conduza o processo de uma PPP ( Parceria Público Privada) para a administração do Morenão.
“Nosso Conselho Diretor aprovou o convênio no período máximo que a legislação permite, de 35 anos. Foi uma resposta muito rápida da atual gestão da UFMS. Essa condição inédita pode trazer o Morenão de volta para a sociedade sul-mato-grossense, com a expertise do Governo do Estado e a capacidade de investimento da iniciativa privada”, destacou Saulo Moreira.
O deputado Pedrossian Neto, proponente da audiência, reforçou a importância de manter o foco nas soluções. “Agora o trabalho precisa ser objetivo. Precisamos entender, de forma clara e rápida, qual será o destino do estádio e como cada instituição pode colaborar para que o Morenão volte a ser um espaço de prática esportiva e convivência para a população”, afirmou o parlamentar.
Esforço coletivo e liderança da Federação
Durante o encontro, o presidente da FFMS, Estevão Petrallás, reforçou o protagonismo da entidade e colocou a estrutura da Federação à disposição para colaborar diretamente com a manutenção das áreas esportivas do estádio. A proposta inclui cuidados com o gramado, vestiários, pistas de atletismo, bancos de reservas.
“Me coloquei à disposição para cuidar de toda a parte debaixo do estádio. Sabemos da importância do Morenão para o futebol de Mato Grosso do Sul e vamos contribuir para que ele volte a ser palco de grandes jogos”, afirmou Petrallás.
Além da manutenção, o presidente da Federação também já esteve reunido com a reitora da UFMS, Camila Ítavo, e apresentou possíveis e futuras intervenções emergenciais necessárias, como a troca do gramado e implantação do sistema de irrigação, com foco na viabilidade de uma reabertura parcial até janeiro de 2026, início da próxima temporada do futebol estadual.
União de forças: governo, universidade e futebol no mesmo campo
A audiência pública reuniu deputados estaduais, senadora Soraya Thronicke, representantes do Governo do Estado, da UFMS, do Ministério Público, da Polícia Militar e de outros órgãos envolvidos no processo. O ambiente político e institucional é considerado favorável, com a sinalização de intenção e apoio do governador Eduardo Riedel e com a recente aprovação do convênio de concessão pela UFMS.
“Temos um ambiente positivo. O governador é sensível ao tema, a Assembleia tem feito sua parte, a UFMS está disposta ao diálogo e a Federação está propondo soluções práticas. Agora, nosso maior desafio é o tempo e a burocracia. Mas acredito que, com esse esforço coletivo, vamos avançar”, destacou Petrallás.
Outro fator que reforça o otimismo da FFMS é a boa relação de Petrallás com o novo presidente da CBF, Samir Xaud. “Isso facilita o acesso a projetos estratégicos para a melhoria da nossa estrutura esportiva, inclusive o Morenão”, completou.
Morenão: mais que concreto, um símbolo de pertencimento
Fechado desde abril de 2022, o Morenão carrega a história de gerações. Palco de jogos da Seleção Brasileira e de partidas memoráveis do futebol local, o estádio é símbolo de identidade para torcedores, atletas e clubes. A expectativa agora é que a reunião de trabalho de 1º de julho seja mais um passo concreto para que o Morenão volte a ser palco de emoções, gols e reencontros com a torcida. “Esse estádio tem alma. E o futebol de Mato Grosso do Sul precisa voltar a viver aqui dentro”, finalizou Petrallás.
