Ex-jogador falou sobre desafios, autoconfiança e influência do coletivo durante evento em Campo Grande.
Anderson Viegas
Arthur Antunes Coimbra, ou simplesmente Zico, o maior jogador da história do Flamengo e um dos principais da história do futebol brasileiro, afirmou nesta quarta-feira (1º), em Campo Grande, que não se via como líder no início da carreira e que a experiência e o apoio de outras pessoas foram determinantes para que desenvolvesse essa capacidade. O ex-jogador ministrou a palestra “O papel do líder: desafios e oportunidades” durante o EmpreendFest, realizado pelo Sebrae/MS no Expo bosque.
Ao responder sobre a relação entre liderança e futebol, ele destacou que algumas pessoas nascem com essa habilidade, mas outras a constroem com o tempo. “Outros vão aprimorando. Eu achava que não tinha esse dom. De repente, com o passar dos anos, com a experiência de ter lido no futebol, com exemplos de outras pessoas que me ajudaram muito na minha carreira, eu pude retribuir isso e acabar me tornando uma pessoa que as pessoas escutam, as pessoas acreditam e lógico que isso faz com que a gente possa estar, hoje, tendo essa oportunidade de fazer palestras para o Brasil inteiro sobre liderança”, afirmou.
Zico também explicou como assumiu a função de capitão na histórica formação do Flamengo da década de 1980. Segundo ele, a transição aconteceu por necessidade. “Foi no momento que houve uma necessidade. O Carpegiani, que era o capitão da equipe, ele parou de jogar e pegou todo mundo, assim, meio que de surpresa. Lógico que eu já tinha uma certa experiência dentro do futebol, já havia passado por muitos momentos importantes. Os próprios jogadores aqui, por toda a minha conduta como profissional, eles mesmos pediram para que eu fosse o capitão. E aí eu já me sentia preparado”, disse.
Durante a palestra, o ex-jogador ressaltou que sua trajetória foi construída com apoio de familiares e colegas de clube e seleção. Ele citou os irmãos, que também jogaram futebol, além de companheiros como Paulo Cesar Carpegiani e Sócrates, e treinadores como Telê Santana. Para ele, a liderança se consolida com exemplo, capacidade de ouvir e compromisso com o grupo acima dos interesses individuais. Também destacou a importância de assumir responsabilidades e inspirar outros, qualidade que manteve após deixar os gramados e atuar como treinador e dirigente.
Carreira
Ao longo de quase duas décadas como profissional, ele se tornou um dos maiores símbolos do futebol nacional, acumulando conquistas pelo Flamengo e pela Seleção Brasileira. Liderou a equipe rubro-negra nas décadas de 1970 e 1980, com títulos como a Copa Libertadores da América, a Copa Intercontinental, os Campeonatos Brasileiros de 1980, 1982 e 1983 e a Copa União de 1987. Também disputou as Copas do Mundo de 1978, 1982 e 1986 e mantém até hoje o recorde de maior artilheiro do estádio do Maracanã, com 334 gols em 435 partidas.
