Quatro tecnologias desenvolvidas em Dourados (MS) serão destaque na AgriZone, espaço da Embrapa, e mostram avanços na agricultura de baixo carbono e na adaptação às mudanças climáticas.
Da Redação
A Embrapa Agropecuária Oeste, sediada em Dourados (MS), vai apresentar quatro tecnologias que representam importantes avanços para a agropecuária sustentável durante a COP30, em Belém (PA). As soluções estarão expostas na AgriZone, área da Embrapa no evento, por meio de totens e telões interativos com publicações e páginas das tecnologias no portal da empresa. Entre os dias 12 e 13 de novembro de 2025, serão exibidos o Sistema Antecipasto, o consórcio milho safrinha com braquiária, o Sistema Diamantino e o software e site Guia Clima — todos voltados à sustentabilidade, produtividade e adaptação da produção agropecuária às mudanças climáticas.
O Sistema Antecipasto, lançado em 2023, é uma inovação em Integração Lavoura-Pecuária (ILP) que antecipa em até 60 dias a formação da pastagem no ciclo da soja. A tecnologia permite o pastejo antecipado e pode aumentar em até 50% a produção de carne por hectare. Desenvolvido pela Embrapa Agropecuária Oeste e parceiros, o sistema reduz emissões de metano entérico, melhora a resiliência das pastagens em períodos de seca e contribui para recuperar áreas degradadas. Validado em Mato Grosso do Sul, Bahia, Mato Grosso e Roraima, o Antecipasto tem se mostrado eficaz mesmo em solos arenosos, consolidando-se como alternativa estratégica para a pecuária sustentável.
Outro destaque é o consórcio milho safrinha com braquiária, resultado de mais de duas décadas de pesquisa da unidade. A prática garante cobertura e proteção do solo, melhora o controle de plantas invasoras e permite o uso da pastagem no período de inverno. Segundo o analista Gessí Ceccon, líder do projeto, a tecnologia aumenta a produtividade da soja na safra seguinte e é referência em intensificação sustentável e manejo eficiente do solo na região Centro-Oeste.
Lançado em 2024, o Sistema Diamantino transforma pastagens degradadas em áreas produtivas por meio do consórcio de sorgo biomassa com forrageiras perenes e da correção do solo. O modelo, desenvolvido pela Embrapa Agropecuária Oeste em parceria com a empresa Latina Seeds, tem a liderança da pesquisadora Marciana Retore e do analista Gessí Ceccon. Segundo os pesquisadores, o sistema garante retorno econômico rápido e já apresenta resultados positivos, como o caso do produtor Héder Simões, que dobrou sua produção de leite após adotar a tecnologia.
O quarto projeto apresentado é o Guia Clima, plataforma que oferece informações meteorológicas e agrometeorológicas em tempo real, além de alertas sobre geadas, ventos fortes e outras condições extremas. O sistema é coordenado pelos pesquisadores Carlos Ricardo Fietz, Danilton Luiz Flumignan e Éder Comunello, e conta com cinco estações agrometeorológicas instaladas em Dourados, Ivinhema, Naviraí e Rio Brilhante, monitorando uma área de cerca de 2,5 milhões de hectares. Os dados do Guia Clima têm sido utilizados em estudos climáticos regionais e políticas públicas, como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).
As quatro tecnologias reafirmam o compromisso da Embrapa Agropecuária Oeste com a inovação e a sustentabilidade. Representarão o centro de pesquisa na COP30 o chefe-geral Harley Nonato de Oliveira e o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento Rafael Zanoni Fontes. No dia 13 de novembro, as três unidades da Embrapa em Mato Grosso do Sul, Agropecuária Oeste, Gado de Corte e Pantanal participarão, ao lado do governo estadual, da programação técnica na Arena AgriZone, com a apresentação “Mato Grosso do Sul Carbono Neutro 2030: segurança alimentar, transição energética e inclusão social no centro da estratégia”.
