Apresentação será nesta sexta-feira (1º) e reunirá músicos do Brasil e da Bolívia em uma celebração da integração pela arte.
Da Redação

O Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, em Corumbá, será o palco, nesta sexta-feira (1º), às 20h30, do concerto que marca a estreia da Orquestra Sinfônica da Fronteira Sul-Americana (OSF). O evento, intitulado “Sinfonia da Integração”, une músicos do Brasil e da Bolívia em uma celebração da arte como instrumento de união entre povos irmãos.
Na apresentação de estreia, a OSF executará dois clássicos do repertório mundial: a Sinfonia nº 1, de Beethoven, e a Carmen Suíte, de Georges Bizet. Será a primeira vez na história do Mato Grosso do Sul que uma orquestra sinfônica formada por músicos brasileiros e bolivianos executará uma sinfonia completa de Beethoven em sua formação original. “Será um concerto inesquecível. É a realização de um sonho coletivo, o primeiro passo de uma orquestra que veio para ficar e representar a nossa fronteira em grandes palcos”, destaca o maestro José Maikson Amorim.
A OSF nasce do trabalho da Orquestra de Câmara do Pantanal, projeto do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. A iniciativa amplia a integração cultural entre Brasil e Bolívia, reunindo músicos dos dois países em uma formação sinfônica inédita. “Nosso trabalho no Moinho Cultural sempre foi o de conectar culturas e transformar vidas pela arte. A OSF é a concretização desse ideal, uma orquestra que nasce da fronteira, que acredita na força das diferenças e carrega o propósito de levar o nome desse território para o mundo”, afirma a diretora artística do Moinho Cultural, Márcia Rolon.
Criada em uma região marcada por desafios sociais, a orquestra também representa um símbolo de resistência. “A mensagem que queremos passar é que é possível fazer arte em uma região difícil, mostrar que daqui também nascem coisas grandiosas e positivas. A música é a nossa resposta diante da violência. É o nosso instrumento de transformação”, reforça o coordenador de música do Moinho Cultural, Vinícius Klaus.
A criação da OSF começou a ser desenhada há cerca de três anos, em conversas entre o maestro José Maikson e o professor boliviano Diego Vaca. O projeto se tornou realidade em 2025, com apoio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e incentivo do Moinho Cultural. “Sempre sonhamos em ter uma orquestra sinfônica aqui, na fronteira. Algo grandioso, que mostrasse que Corumbá e Mato Grosso do Sul têm músicos capazes de tocar obras interpretadas nas maiores salas de concerto do mundo. A OSF nasce para mostrar isso: que a arte da fronteira tem força, talento e excelência”, complementa o maestro.
A orquestra é composta por músicos da Orquestra de Câmara do Pantanal e convidados do Brasil e da Bolívia, incluindo nomes como o spalla José Antônio Méndez Barba, e os instrumentistas Maria Fernanda Castilho Acosta, Marco Antônio de Souza, Gabriela Padilla, Valério Reis, Jorge Gil, Felipe Arruda e Vinícius Klaus, entre outros.
Durante o concerto de estreia, será assinada a parceria entre o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e a Escola de Santiago de Chiquitos, da Bolívia. O acordo marca a expansão internacional do Sistema de Música do Moinho Cultural, metodologia que integra música, dança, literatura e tecnologia em uma proposta de educação integral. A gestora da Orquestra de Chiquitos, Khatryn Whittaker, estará presente na cerimônia, simbolizando o início de uma nova etapa de cooperação entre os dois países.





