Relatório Termômetro do Varejo de agosto aponta retração de 0,3% nas vendas do comércio restrito; setor de serviços cresceu 2,8% e agro projeta alta de 17,6% em 2025.
Da Redação

O comércio de Mato Grosso do Sul encerrou o primeiro semestre de 2025 praticamente estável, segundo dados do relatório Termômetro do Varejo. No período, as vendas do varejo restrito recuaram 0,3%, enquanto o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, registrou leve alta de 0,3%. O resultado, embora indique uma reação após quedas anteriores, contrasta com o desempenho nacional, que teve crescimento de 1,8%.
Enquanto o comércio mostra dificuldades, outros setores têm sustentado a economia do estado. O setor de serviços avançou 2,8% entre janeiro e junho, superando a média nacional. O agronegócio apresenta expectativa ainda mais robusta: o Ministério da Agricultura estima crescimento de 17,6% em 2025, bem acima da média brasileira de 11,6%. Já a indústria recuou 4,1% no semestre, impactando o ritmo da produção.
No cenário externo, o estado registrou aumento nas exportações. Entre janeiro e julho, as vendas ao exterior somaram US$ 6,3 bilhões, o que representa alta de 3,8% em relação ao mesmo período de 2024. A China manteve-se como principal destino, respondendo por 47,7% do total, enquanto os Estados Unidos apareceram em segundo lugar, com 5,9%. O setor, no entanto, pode enfrentar dificuldades nos próximos meses em razão das tarifas de 50% impostas pelo governo americano em agosto.
O mercado de trabalho apresentou números positivos no semestre, com a criação de 23.738 vagas formais, superando as 21.330 registradas no mesmo período do ano anterior. O setor de serviços liderou a geração de empregos, seguido pela indústria e pelo comércio, que, mesmo enfrentando retração nas vendas, abriu 1.672 postos de trabalho.
A presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL/MS), Inês Santiago, ressaltou a necessidade de atenção ao setor. “O cenário econômico de Mato Grosso do Sul mostra sinais importantes de recuperação em setores estratégicos, como serviços e agronegócio. Porém, o comércio ainda enfrenta desafios, o que exige atenção redobrada das empresas e do poder público para garantir que a retomada seja consistente e sustentável”, afirmou.