19/09/2025 01:37

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Censo inédito revela quem são as pessoas em situação de rua em Três Lagoas

Os dados do Censo das Pessoas em Situação de Rua passam agora a nortear as ações do poder público no enfrentamento desta situação.

Da Redação

Reunião em que foram apresentados os dados do censo (Foto: DIvulgação/PMTL)

A prefeitura de Três Lagoas deu um passo inédito para enfrentar um dos maiores desafios sociais do município: conhecer, com precisão, quem são e quais as necessidades das pessoas em situação de rua. Os dados do Censo das Pessoas em Situação de Rua passam agora a nortear as ações do poder público no enfrentamento desta situação.

O estudo, batizado de “Avaliação dos Perfis e Necessidades de Usuários em Situação de Rua”, foi elaborado a partir de entrevistas e questionários aplicados diretamente às pessoas abordadas nas ruas e nas unidades de acolhimento, por meio de uma força-tarefa que envolveu as secretarias de Saúde (SMS) e de Assistência Social (SMAS).

Durante a reunião de apresentação do documento, no dia 23, o prefeito, Dr. Cassiano Maia reforçou o compromisso da gestão com o tema. “Nós reconhecemos o nosso problema em relação às pessoas em situação de rua em Três Lagoas e estamos agindo, junto à Saúde, Assistência Social e Polícia Militar. Vamos além das políticas públicas que já executamos. Agora, teremos uma política de gabinete e de governo dedicada a isso, com reuniões semanais para avaliar e aprimorar as ações com mais eficácia”, afirmou Cassiano Maia.

📊 O retrato da população em situação de rua em Três Lagoas

O levantamento apontou que 133 pessoas vivem atualmente em situação de rua no município. Dentre os dados revelados, chama a atenção que 88 dormem nas ruas, enquanto a maioria se alimenta, em média, duas vezes por dia, graças principalmente ao apoio oferecido pelo Centro POP.

Os principais fatores que levaram essas pessoas às ruas são problemas familiares (46 casos) e alcoolismo ou dependência química (38 casos). A pesquisa também identificou que 81 pessoas fazem uso de entorpecentes, com predominância de crack (42) e maconha (31).

Outro dado relevante é que 100 pessoas afirmaram não viver com a família, e 95 não possuem domicílio fixo em Três Lagoas, o que amplia os desafios para políticas de reinserção e acolhimento.

🏠 Novas ações e planejamento

Diante do diagnóstico, a prefeitura já articula soluções. Uma das medidas propostas é a locação de um imóvel para servir como abrigo, especialmente para aqueles que não desejam ou não têm condições de retornar às suas cidades de origem.

A Comissão de Tratativas dará início a um estudo técnico para viabilizar esse espaço, que será a base para a construção de um Programa de Políticas Públicas de Reinserção, com foco em fortalecer vínculos familiares, oferecer suporte psicossocial e, sobretudo, auxiliar no retorno dessas pessoas ao mercado de trabalho.

A gestão municipal também definiu que, a partir de agora, serão realizadas reuniões semanais para acompanhar de perto os avanços, dificuldades e ajustes necessários nas estratégias de enfrentamento.

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