Escalada nos preços é resultado de uma combinação de fatores: queda na produtividade das lavouras brasileiras, condições climáticas adversas em países produtores e aumento da demanda global.
Anderson Viegas

O café é, disparado, o produto que mais subiu de preço em Campo Grande nos últimos 12 meses, segundo levantamento do Made in MS com base nos dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. O café moído acumulou, entre junho de 2024 e maio de 2025, uma alta impressionante de 85,51%.
Esse aumento supera o índice nacional, de 82,24%, e ficou bem acima de outros produtos que também registraram altas expressivas na cidade, como o músculo bovino (36,61%) e o peixe pintado (31,58%). Veja mais no gráfico abaixo:
A variação do preço do café foi quase 15 vezes superior à inflação medida pelo mesmo IPCA em Campo Grande no período, que foi de 5,72%.
Mesmo com o aumento do preço médio já sendo muito expressivo, algumas marcas contabilizaram reajustes ainda maiores na capital. O Made in MS fez uma comparação entre os preços praticados em Campo Grande em maio de 2024 e os valores atuais, de junho de 2025, considerando os mesmos produtos e marcas em um ponto de venda.
A marca Brasileiro, por exemplo, teve um reajuste de 106,90% em um ano. Outras, como Pilão, Caboclo e 3 Corações, também registraram aumentos robustos. Os dados foram obtidos com base em uma pesquisa do Procon de Campo Grande realizada no ano passado e nos valores mais recentes disponibilizados por um atacarejo. Veja abaixo o quanto ficou mais caro o cafezinho de cada dia:
De acordo com o IBGE, a escalada nos preços está diretamente ligada a uma combinação de fatores: queda na produtividade das lavouras brasileiras devido à bienalidade negativa, condições climáticas adversas, especialmente em países produtores como o Vietnã, e o aumento da demanda global pelo grão.