17/06/2025 02:25

Avança obra de acesso que ligará a BR-267 à Ponte da Bioceânica, em Porto Murtinho

Trecho de 13,6 km está em execução com investimento superior a R$ 472 milhões; ponte sobre o Rio Paraguai já tem 70% das obras concluídas.

Da Redação

Obras do acesso a ponte da Bioceânica (Foto: Semadesc/Divulgação).

As obras do acesso que ligará a BR-267 à Ponte da Bioceânica, em Porto Murtinho (MS), seguem em ritmo acelerado e foram tema de reunião nesta semana do Comitê Estadual da Rota Bioceânica (Cegrota). O trecho de 13,63 quilômetros está sendo executado pelo Consórcio PDC Fronteira, com investimento de R$ 472,4 milhões e fiscalização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

A estrutura viária é essencial para a plena funcionalidade da nova ligação entre Brasil e Paraguai, e também contempla a construção do contorno rodoviário de Porto Murtinho e de um centro aduaneiro de controle de fronteira, fundamentais para o escoamento de cargas e controle migratório. A obra foi iniciada em 20 de setembro de 2023 e tem prazo contratual de 26 meses.

Durante a reunião do Cegrota, que ocorreu em formato híbrido, os engenheiros do DNIT, Ricardo de Mello Scaliante e Euro Nunes Varanis Junior, apresentaram os detalhes técnicos do projeto aos membros do comitê. A Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) foi representada pelos assessores Danniele Paiva e Lúcio Lagemann. Também participaram representantes da Assomasul, do setor produtivo e de outras secretarias estaduais.

Ponte da Bioceânica

A Ponte da Bioceânica alcançou 70% de execução no final de maio, segundo balanço divulgado pelo Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC). A entrega da estrutura está prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Com 1.294 metros de extensão, a ponte é considerada o principal elo da Rota Bioceânica rodoviária, que permitirá conectar o Atlântico ao Pacífico via Mato Grosso do Sul, Argentina, Paraguai e Chile. Estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) indicam que a nova rota pode reduzir em até 9,7 mil quilômetros o percurso das exportações brasileiras para a Ásia, encurtando em cerca de 12 dias uma viagem até a China.

Financiada pela margem paraguaia da Itaipu Binacional, com aporte de R$ 575,5 milhões, a ponte é composta por dois viadutos de acesso e um vão estaiado de 632 metros sobre o Rio Paraguai, com pilar central de 130 metros de altura. A estrutura contará ainda com faixas de rodagem, acostamentos, ciclovia e calçadas para pedestres, além de um sistema de mastros que funcionará como portal simbólico entre os dois países.

Do lado paraguaio, já foram concluídos o aterro principal por técnica de refulado, os viadutos de acesso e a laje do tabuleiro. No momento, as frentes de trabalho concentram-se na instalação de cordões de segurança, nas bases para as barreiras anticolisão e no avanço da montagem estrutural do vão central. A dovela de disparo foi finalizada na pilastra nº 13 e já teve início o tensionamento dos primeiros tirantes.

Para otimizar os prazos, as placas de concreto que compõem as calçadas estão sendo fabricadas diretamente no canteiro de obras. No lado brasileiro, as obras de fundação e elevação da pilastra nº 14 seguem com trabalhos de concretagem e montagem dos mástros.

A Rota Bioceânica representa uma das maiores apostas de integração logística da América do Sul, e sua consolidação promete transformar Porto Murtinho em um dos principais portões de saída do Brasil para o mercado asiático.

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