03/11/2025 19:12

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A cada 24 moradores de Campo Grande, um vive em favela, aponta associação

A Câmara Municipal promoverá no dia 14 de novembro, às 8h, uma audiência pública proposta pelo vereador Landmark Rios (PT), em parceria com a deputada estadual Gleice Jane (PT), para discutir a regularização fundiária dessas comunidades.

Da Redação

Cerca de 20 mil famílias campo-grandenses moram em favelas, segundo associação (Foto: Divulgação).

A cada 24 moradores de Campo Grande, um vive em favela. A estimativa é da Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, que calcula que, dos 962,8 mil habitantes da capital sul-mato-grossense (estimativa 2025 do IBGE), cerca de 40 mil pessoas vivem nessas comunidades, o equivalente a 20 mil famílias ou 4,15% da população.

De acordo com a entidade, Campo Grande possui 62 favelas. Para discutir a regularização fundiária dessas áreas, a Câmara Municipal promoverá no dia 14 de novembro, às 8h, uma audiência pública proposta pelo vereador Landmark Rios (PT), em parceria com a deputada estadual Gleice Jane (PT). O encontro reunirá representantes do poder público, movimentos sociais, Judiciário e moradores de diversas comunidades da capital para debater caminhos concretos de regularização das ocupações urbanas.

Segundo a associação, 90% das famílias que vivem em favelas são chefiadas por mulheres, muitas delas mães solo. A ausência de regularização impede o acesso a serviços básicos como energia elétrica, água encanada, saneamento e segurança jurídica.“Às vezes, uma comunidade está dentro de um bairro periférico, em casas de alvenaria, mas sem esgoto, sem energia, sem água potável. Isso também é viver em situação de favela. A favela não é só barraco de lona”, explica Lívia Lopes, presidente da associação.

Os relatos dos moradores reforçam a urgência da regularização. “Quando venta, a gente não dorme com medo da casa cair. Molha tudo dentro. As crianças choram, entram em pânico. A gente só quer segurança e dignidade”, relata Marilza Eleutério de Barcelos Silva, liderança da comunidade Lagoa Park.

Para Landmark Rios, a audiência é um passo importante para dar visibilidade às famílias que há anos constroem suas comunidades com as próprias mãos. “Essas pessoas não pedem favor. Elas querem reconhecimento. Regularizar é garantir o direito básico de morar com dignidade e transformar áreas esquecidas em territórios de oportunidade. Campo Grande precisa voltar a ter uma política habitacional de verdade”, afirmou o parlamentar.

A deputada Gleice Jane reforça que a pauta é, acima de tudo, uma questão de cidadania. “A regularização das áreas de ocupação é fundamental para garantir o direito à moradia digna e o acesso pleno à cidadania. São famílias que há anos vivem sem endereço formal, sem energia elétrica, sem água encanada e sem segurança jurídica. Essa parceria com o vereador Landmark é muito importante para avançarmos nesse debate e buscar soluções conjuntas que assegurem condições de vida dignas para todas e todos”, destacou.

A líder comunitária Letícia, da Central Única das Favelas (Cufa), ressaltou que a audiência é uma oportunidade histórica de aproximação entre o poder público e as comunidades. “Durante muito tempo, falar de favela foi sinônimo de problema. Agora é hora de mostrar que a favela é força, é trabalho, é esperança. O poder público precisa ouvir o que o povo tem a dizer”, afirmou.

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