Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC) aponta para o primeiro trimestre de 2026, a conclusão da estrutura.
Anderson Viegas
A construção da Ponte da Bioceânica, que liga Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai, está com 70% das obras concluídas, segundo balanço do Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC), que aponta para o primeiro trimestre de 2026, a conclusão da estrutura.
A ponte é fundamental para viabilizar a Rota Bioceânica rodoviária, uma megaestrada que possibilitará a ligação do oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de saída do Brasil.
A megaestrada, segundo estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir o tempo em 23%, cerca de 12 dias a menos.
A ponte está sendo construída por um consórcio binacional, com investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A estrutura tem uma extensão de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois formarão os viadutos de acesso em ambos os lados, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros sobre o rio Paraguai, incluindo um vão central de 350 metros. Os pilares, elementos centrais da ponte estaiada, alcançarão 130 metros de altura.
A obra incorpora inovações em segurança e acessibilidade, incluindo faixas de rodagem de 3,60 metros, acostamentos de 3 metros, ciclovia e calçada para pedestres. Um elemento distintivo será o sistema de mastros, projetado como portais simbólicos entre os dois países.
A ordem de serviço para a ponte foi emitida no dia 13 de dezembro de 2021.
No lado brasileiro, avança também a construção do acesso que ligará a BR-267 à ponte. Essa obra está orçada em R$ 427 milhões e vem sendo executada pelo Consórcio PDC Fronteira, com recursos do governo brasileiro, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além da alça de 13,1 quilômetros que ligará a rodovia à ponte, também está sendo construído o contorno rodoviário em Porto Murtinho e o centro aduaneiro, que fará o controle do acesso entre o Brasil e o Paraguai.
A obra foi iniciada em 20 de setembro, e o prazo de conclusão é de 26 meses.
Avanços na ponte
Em relação a ponte, o MOPC, aponta que o aterro principal já foi concluído e foi iniciado um aterro auxiliar que facilitará a entrada de máquinas pesadas, acompanhado de serviços de limpeza nas áreas de extração de solo. Também estão sendo verificados os materiais para as camadas estruturais, provenientes de uma pedreira localizada em Carmelo Peralta.
Também foram finalizados, os viadutos de acesso nos dois lados da ponte, incluindo a laje do tabuleiro. No momento, estão sendo executados os cordões anticolisão e as bases para a instalação das barreiras de segurança no lado direito do viaduto paraguaio, o que garantirá mais proteção aos usuários assim que a obra for concluída.
Produção local para otimizar prazos
Para economizar tempo e evitar atrasos logísticos, estão sendo fabricadas diariamente, na própria área da obra, as placas de concreto que irão compor as calçadas da ponte. Essas peças permitirão a passagem segura de pedestres.
Na pilastra principal nº 13, do lado paraguaio, foi finalizada a dovela de disparo, peça inicial a partir da qual se começa a construção do tabuleiro da ponte, que será a superfície de tráfego para veículos e pedestres.
Paralelamente, estão em andamento os processos de aprovação do plano de tensionamento dos primeiros tirantes, responsáveis por sustentar e distribuir o peso da estrutura. Também teve início a montagem do carro de avanço, uma estrutura metálica projetada para montar os segmentos da ponte no ar, sem a necessidade de andaimes apoiados no solo.
