19/12/2025 18:38

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Veículos eletrificados já respondem por 13,46% do mercado nacional, aponta consultoria

Levantamento da K.LUME mostra avanço consistente dos eletrificados e retração gradual dos modelos flex no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves.

Da Redação

Veículos como Ora 03, da GMW, vem ajudando a aumentar a participação dos veículos eletrificos no mercado brasileiro, segundo consultoria (Foto: GWM/Divulgação).

Veículos eletrificados já respondem por 13,46% do mercado nacional de automóveis e comerciais leves, segundo levantamento divulgado pela K.LUME Consultoria, nesta sexta-feira (19). O estudo analisa o comportamento das vendas de veículos novos no Brasil desde 2018, considerando diferentes tipos de motorização, e aponta uma mudança estrutural no perfil do consumidor, com avanço acelerado dos modelos híbridos e totalmente elétricos e redução da participação dos tradicionais veículos bicombustíveis.

De acordo com a K.LUME, em 2018 apenas 0,19% do mercado brasileiro era composto por veículos eletrificados. Em sete anos, a participação saltou para 13,46%, o que representa um crescimento expressivo e contínuo do segmento. O levantamento avaliou todas as vendas de veículos novos emplacados no país, incluindo modelos flex, gasolina, diesel, híbridos e elétricos, permitindo uma leitura ampla das transformações no setor automobilístico.

Segundo o consultor automobilístico Milad Kalume Neto, da K.LUME, a mudança ocorre em paralelo ao encolhimento gradual dos modelos flex, que dominaram quase integralmente o mercado brasileiro desde o início dos anos 2000. “Para se ter uma ideia das mudanças, em 2018 apenas 0,19% do mercado era eletrificado e este ano atingimos 13,46% de eletrificação”, aponta. Ele destaca que, em 2018, os veículos flex representavam 93,7% das vendas entre os automóveis de passeio.

Ainda conforme a consultoria, o processo de transformação ganhou força a partir do lançamento do Toyota Corolla híbrido, no final de 2019, e se intensificou com a chegada dos veículos eletrificados chineses ao Brasil em 2023. “BYD e GWM passaram a comercializar veículos eletrificados com maior volume e este mercado cresceu significativamente. Em 2023, os bicombustíveis representavam 89,71% das vendas. Em 2024 atingiram 85,39% e no acumulado de janeiro a novembro de 2025, os flex caíram para 80,35%”, detalha Milad.

O relatório aponta que, enquanto os eletrificados avançam, os demais tipos de propulsão mantiveram comportamento relativamente estável nos últimos anos. “A migração é nítida, inclusive porque os demais tipos de propulsão mantiveram-se equilibrados nos últimos 5 anos, com uma ligeira transferência de vendas de modelos à diesel para gasolina em função de questões mercadológicas”, acrescenta o consultor, ao analisar a dinâmica geral do mercado.

O cenário, no entanto, é diferente quando o recorte considera apenas os comerciais leves. Segundo a consultora Maía Màrtins, da K.LUME, trata-se de um segmento ainda fortemente concentrado em veículos flex e diesel, em razão do perfil de uso. “Este é um segmento em que há o predomínio dos veículos usados para trabalho, muitas vezes com grandes distâncias percorridas diariamente. Esse fato por si só já dificulta a adoção de modelos elétricos”, explica.

De acordo com a K.LUME, os comerciais leves elétricos estrearam no Brasil em 2022 com 0,24% de participação e recuaram para 0,08% no acumulado de 2025. No mesmo período, os modelos à diesel caíram de 47,99% para 41,42%, enquanto os flex ampliaram presença, passando de 50,59% para 54,67%. A consultoria atribui esse movimento ao fortalecimento de picapes intermediárias e ao processo de downsizing observado no segmento.

Um ponto de atenção destacado por Milad Kalume Neto é o aumento recente das vendas de veículos eletrificados nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, tradicionalmente mais ligadas ao uso de veículos à diesel. “Caso este cenário persista e exista disponibilidade de modelos eletrificados condizentes com o uso em atividades comerciais, é grande a possibilidade de termos um aumento das vendas de eletrificados em comerciais leves nos próximos anos nestas regiões”, avalia.

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