Um dos debates mais aguardados da programação técnica, na Ponta Agrotec 2025, foi a mesa-redonda “Regeneração e Uso do Solo – Diversidade de culturas e estrutura do solo: a chave para um solo vivo”, que ocorreu no Majestic Hall, em Ponta Porã, na região sul do Estado, há dois dias.
O encontro, mediado pelo professor Fábio Miguel Costa, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), reuniu especialistas para discutir práticas agrícolas sustentáveis que unem ciência, inovação e produtividade na conservação dos solos agrícolas da região Centro-Oeste.
A mesa fez parte do eixo temático sobre Sustentabilidade e Inovação, um dos pilares da Ponta Agrotec 2025, que busca apresentar soluções reais para os desafios da agricultura moderna frente às mudanças climáticas e à necessidade de regenerar os ecossistemas produtivos.
O solo como base da sustentabilidade agrícola
Entre os destaques, a Professora Doutora Elaine Reis Pinheiro Lourente, pesquisadora e especialista em manejo e conservação do solo, abordou o tema “Diversidade de culturas e estrutura do solo: a chave para um solo vivo”.
Segundo ela, o foco foi demonstrar, por meio de resultados de pesquisa, que a diversificação de culturas e manutenção da estrutura do solo – por meio do sistema plantio direto – contribuem para o aumento da diversidade biológica do solo e eficiente aproveitamento da água. Essa diversidade torna o sistema mais resiliente e produtivo frente às mudanças climáticas”, explicou a pesquisadora.
Ela reforçou que a saúde do solo está diretamente ligada à sustentabilidade da produção agrícola. Solos ricos em biodiversidade favorecem o equilíbrio microbiológico, reduzem a erosão, aumentam a infiltração de água e melhoram a resposta das plantas a estresses hídricos e térmicos — tornando o sistema produtivo mais eficiente e sustentável.
Classes de solo e agricultura regenerativa
Outro nome confirmado é o do Professor Doutor Marcos Camacho, Engenheiro Agrônomo e Professor Titular da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), que fez uma análise prática sobre as principais classes de solos utilizadas na agricultura do estado, com ênfase na região produtiva de Ponta Porã.
O professor se concentrou em fomentar a discussão sobre as principais classes de solos utilizadas na agricultura no estado e, principalmente, na região produtiva de Ponta Porã, com enfoque nos tipos de manejo existentes e os possíveis para incremento da matéria orgânica do solo, visando melhoria dos indicadores de qualidade do solo, demonstrando sua interrelação e coadunação com a agricultura regenerativa.
“A agricultura regenerativa só é possível com o aumento e consolidação da matéria orgânica de qualidade no solo”, destaca o pesquisador.





